A terceira conferência do ciclo “Olhares Cruzados sobre o Porto”, organizado pela Universidade Católica e pelo jornal “Público”, abordou o tema da região e o desemprego, contando com a participação de Pílar Gonzalez, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), com o presidente da UNICER, António Pires de Lima, e com o padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).

O Norte é a região do país com mais desempregados e “trata-se de um desemprego que não é neutro” porque afecta mais as mulheres e atinge sobretudo os jovens, afirmou Pílar Gonzalez. A docente da FEP explicou que a situação tem vindo a agravar-se desde 2000 e que há cada vez mais pessoas à procura de um primeiro emprego.

Gonzalez calculou a taxa de desemprego nos concelhos do Grande Porto e concluiu que Espinho é a zona mais afectada, seguida de Gaia, Valongo, Porto, Vila do Conde, Maia e Matosinhos. O estudo foi feito com base na população economicamente activa, registada como desempregada no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Dezembro de 2007.

António Pires de Lima considera que “é pouco provável que o desemprego diminua de forma sustentada no Norte e no país” e que “os governantes deveriam encarar esta situação de forma mais realista em vez de continuarem a ter miragens de emprego”. O também presidente do conselho nacional do CDS-PP não iliba as empresas da sua responsabilidade social.

O padre Lino Maia, presidente da CNIS, também não está optimista quanto à diminuição do desemprego “porque o novo nome da inclusão é capaz de ser a educação e só há preocupação com a escolaridade e não com a educação”. Lino Maia explicou ainda que o desemprego feminino “seria ainda mais grave se não fossem as associações sociais a empregarem mais mulheres”.

O último tema debater é “O Nó das Infra-estruturas” e será discutido no dia 28 de Fevereiro.