O euro atingiu esta quarta-feira, pela primeira vez na sua história, a marca de 1,50 dólares, fruto dos maus indicadores da economia norte-americana e dos bons resultados da economia europeia.

Às 07h40 em Lisboa, a divisa europeia valia 1,5045 dólares, quando no dia anterior tinha fechado a 1,4884. O novo máximo do euro em relação ao dólar tem como causa principal o afastamento dos investidores da moeda norte-america, devido aos receios de que o presidente da reserva federal dos Estados Unidos venha a indicar que está preparado para baixar novamente as taxas de juro.

Em declarações ao JPN Nuno Moutinho, professor e economista, vê na crise económica norte-americana o principal factor desta valorização do euro face ao dólar. “Por um lado, há uma razão que já vem de há algum tempo e que tem a ver com o desequilíbrio da balança de pagamento americano. Esta última tem a ver com a crise que há no mercado de crédito imobiliário americano”,afirmou.

As consequências desta forte valorização do euro face ao dólar afecta de formas diferentes o mercado europeu, diz Nuno Moutinho.

Portugal não vai ser muito afectado

“Para todas a empresas que exportam para o mercado americano é extremamente complicado, porque no fundo os produtos exportados para esses mercados ficaram mais caros. Por outro lado tudo o que importamos dos Estados Unidos fica mais barato como o petróleo por exemplo”, explica Nuno Moutinho.

Já o mercado português não será muito afectado de acordo com o economista, embora possa ser atingido indirectamente. “Como nós não exportamos muito para o mercado americano e mais para o mercado europeu não nos vai afectar muito. Se os nossos parceiros europeus, que têm grandes relações comerciais com a América, são afectados, nós ao termos relações comerciais privilegiadas com eles vamos por arrastamento sofrer um impacto e podemos ter de pagar indirectamente esta crise”, concluiu.