A Câmara do Porto quer requalificar o mercado do Bom Sucesso, tendo em mente a defesa dos interesses dos comerciantes, a modernização arquitectónica do edifício já que o actual modelo de gestão “caducou”.

O vereador das Actividades Económicas garante que o Bom Sucesso não vai ser transformado num centro comercial. “O que lá vier a acontecer”, deve complementar os serviços e não ser concorrencial, afirmou Sampaio Pimentel, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que contou com também com o presidente da Câmara, Rui Rio, e o vereador do Urbanismo, Lino Ferreira.

Rui Rio afirmou que o Bom Sucesso tem cada vez menos comerciantes e, embora não tenha o “mesmo peso institucional” que o mercado do Bolhão, também é importante. “A obrigação do município é dar vida ao mercado do Bom Sucesso e aproveitar esse equipamento da melhor forma para a cidade, assumindo que hoje está mais do que subaproveitado”, admitiu Rui Rio.

Sampaio Pimentel, que, tal como prometeu, apresentou a proposta aos comerciantes em primeira mão, explicou aos jornalistas que, após dois anos a avaliar e reflectir no projecto, a câmara entende que é esta a altura de dar o próximo passo.

O vereador explicou que o projecto baseia-se em três pilares fundamentais: os actuais comerciantes, o património arquitectónico e o modelo de exploração.

Rio revelou ainda que a solução para o mercado do Bom Sucesso é mais simples que a do Bolhão, até porque os investimentos no primeiro serão bastante inferiores. Questionado sobre o porquê de não ser a autarquai a requalificar os dois mercados, o presidente explicou que a câmara tem uma capacidade de endividamento de 50 milhões de euros, que não chegaria para requalificar o Bolhão, e que prefere “gastar o dinheiro na reabilitação das habitações sociais, das escolas e da via pública”.

Parque de estacionamento

O vereador das Actividades Económicas adiantou ainda que o investimento no Bom Sucesso vai depender da solução que lhe quiserem dar. “Uma das necessidades mais constatadas é o parque de estacionamento, que se for subterrâneo tem um valor e se não for tem outro valor. Quem ficar com o projecto terá de pensar nisso”, acrescentou.

Sampaio Pimentel referiu que o projecto vencedor deste concurso terá de ter capacidade financeira para poder dar uma boa solução aos comerciantes, que têm de ser protegidos, antecipando que “o custo que o vencedor tiver com os comerciantes, será dedutível nas rendas fixas até 50% do valor incorrido com os comerciantes”.