Estudo do departamento de psicologia da Universidade do Minho aponta como causa para a obesidade mórbida situações problemáticas nos primeiros anos de vida.

O estudo da Universidade do Minho, realizador pela psicóloga Ângela Maia e pela sua aluna de doutoramento Susana Silva, concluiu haver uma relação entre a ingestão excessiva de alimentos com as circunstâncias adversas por que passaram na infância, sendo que a banda gástrica, por si só, não resolve o problema.

Dos 75 adultos inquiridos que sofrem de obesidade mórbida, 88% sofreram abusos quando eram mais novos. “Estas pessoas têm histórias de vida mais complicadas e têm estratégias para lidar com os problemas inadequadas, ou seja, comer pode ser uma estratégia que utilizam”, como explicou Ângela Maia ao JPN.

Não sendo a causa directa, o estudo demonstrou que o comportamento alimentar incorrecto tem origem em questões psicológicas, sendo necessário acompanhamento por parte de profissionais dessa área.

Além de não resolverem o problema, Ângela Maia acredita que a colocação da banda gástrica e a cirurgia poderão trazer consequências negativas. “Ao pôr a banda gástrica a pessoa deixa de ter a alternativa de comer em excesso como forma de lidar com a situação e após a cirurgia existe uma percentagem alta de casos de suicídio”, acrescentou a autora do estudo.

O próximo estudo do departamento de psicologia da Universidade do Minho nesta área vai debruçar-se sobre as cirurgias bariátricas (colocação de uma banda gástrica), acompanhando todas as fases do processo.