Foram cerca de dez as agências e programas da ONU que se uniram numa campanha mundial, numa tentativa de acabar com os vários tipos de violência que, um pouco por todo o mundo, afecta uma em cada três mulheres.

Durante a 52ª reunião da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, anunciou o lançamento da iniciativa, afirmando que “esta é uma campanha para as mulheres e meninas que têm o direito a viver uma vida livre de violência, tanto hoje como no futuro”. “É uma campanha para deter o incalculável custo que a violência contra a mulher tem para a humanidade”, sublinhou.

Ban Ki-Moon garantiu que irá solicitar pessoalmente, a cada país, uma análise da legislação, numa tentativa de saber se essas leis precisam de uma revisão ou alteração, no que refere à violência contra mulheres.

O secretário-geral da ONU afirmou, também, que vai pedir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a criação de um mecanismo especial de acompanhamento da situação das mulheres por todo o mundo.

“Importante é fazer cumprir a lei”

Questionado quanto à legislação portuguesa, no que refere à violência contra mulheres, João Lázaro, vice-presidente da APAV, afirma que “a legislação necessita de alguns ajustes, embora seja mais importante apostar na aplicação das leis já existentes”.

Ainda que os casos de maus-tratos a mulheres se continuem a repetir, João Lázaro acredita que, cada vez mais, existe uma grande consciência face a este problema e que campanhas como a da ONU são sempre uma grande ajuda.

O vice-presidente da APAV afirma que, “acima de tudo, é preciso fazer com que a lei passe para o quotidiano, e que se aplique”.