O Movimento Cívico em Defesa do Mercado do Bolhão reuniu, esta sexta-feira, vendedores, arquitectos e engenheiros, numa sessão de esclarecimento. Tranquilizar os vendedores do Bolhão foi o principal objectivo.

Depois de, esta quarta-feira, ter sido entregue na Assembleia da República uma petição com mais de 50 mil assinaturas pela reabilitação do Bolhão, o porta-voz do movimento, Manuel Correia Fernandes, falou aos vendedores sobre o decorrer do processo e afirmou que “qualquer casa com 100 anos precisaria de uma remodelação e nunca de uma demolição, da mesma forma que não faz sentido falar-se em manter apenas a fachada de um edifício, porque isso nunca foi reabilitar ou remodelar”.

Segundo Correia Fernandes, a luta do Bolhão resume-se a “uma tentativa de fazer com que a Câmara Municipal do Porto e os dirigentes eleitos entendam que o Bolhão é um marco da cidade”, defendendo, assim, a necessidade de uma remodelação das infra-estruturas e melhoria das condições de trabalho dos vendedores, “nem que a câmara tenha de recorrer a fundos comunitários”.

A plataforma do Bolhão “possui uma geometria variável, que pode comportar organizações, associações e cidadãos em nome individual, e não está, nem quer estar, ligada a qualquer partido político, sendo um movimento totalmente apartidário”, acrescentou Correia Fernandes.

“Vamos continuar a trabalhar na base jurídica”

O porta-voz da plataforma adiantou que “uma das acções levadas a cabo foi a interposição, por via judicial, de processos que evitem a desocupação e a destruição do mercado”. A acção foi colocada em tribunal quinta-feira.

Durante a sessão de esclarecimento foi feito um balanço quanto ao processo levado a cabo pelos defensores do Bolhão, “através da recolha de assinaturas e da campanha de animação aos sábados, bem como pela projecção, não só no Porto, mas em todo o país, através da comunicação social”, numa tentativa de sensibilizar as entidades oficiais, referiu.

Correia Fernandes terminou a sessão de esclarecimento com a promessa de que “a luta pelo Bolhão vai continuar nas ruas e na comunicação social”, adiantando, também, que todos os vendedores serão informados do decorrer do processo através de folhetos informativos.