Seis freelancers que trabalhavam para a RTP Porto na área da produção foram dispensados da RTP. A informação chegou a dois dos recibos verdes da estação televisiva na quarta-feira por via verbal e os restantes quatro trabalhadores por conta própria “receberam uma carta em meados de Fevereiro com a cessação do contrato no final do mês”, adiantou ao JPN o advogado Luís Samagaio.

O advogado dos recibos verdes explicou ainda que a administração da RTP não deu qualquer justificação em relação aos despedimentos e que estes trabalhadores “tinham funções previamente definidas e chegaram a constar de um horário de trabalho que foi publicado em Dezembro pelas chefias”.

Confrontada com as declarações de Luís Samagaio, Marina Ramos do gabinete de Comunicação e Marketing da RTP, afirmou que o problema dos recibos verdes da RTP já se arrasta há muitos anos e que a maioria dos 69 freelancers da estação “têm um contrato de prestação de serviços e que não trabalham os 22 dias por mês”.

Marina Ramos disse ainda que a RTP, actualmente, tem mais trabalhadores do que as necessidades da empresa e que a nova administração pretende resolver a situação dos recibos verdes aumentando o número de vagas para a integração no quadro da empresa para 25 vagas.

Segundo Marina Ramos, a abertura do novo concurso para a integração nos quadros da empresa no que diz respeito às actividades técnicas ocorreu no mês de Fevereiro. A responsável disse ainda que o novo concurso “é uma mais-valia para os 69 recibos verdes da RTP, porque uma das exigências pedidas é experiência”, que estes trabalhadores por conta própria já têm dos anos de trabalho na televisão, muitos deles de há oito e nove anos. “O que a RTP quer é abrir concursos e acabar com a angústia destes trabalhadores”, referiu Marina Ramos.

“Praça da Alegria” com o “dobro do trabalho”

O programa matinal da RTP “Praça da Alegria” foi preparado pelas “cinco produtoras que tiveram na audiência contra a estação televisiva” adiantou Luís Samagaio. Um dos recibos verdes da RTP, que não se quis identificar, acrescentou ao JPN que o programa foi para o ar, mas que houve o dobro do trabalho, porque tiveram que realizar as tarefas das pessoas que foram despedidas.

O primeiro julgamento dos trabalhadores por conta própria, que colocaram a estação pública em tribunal ao reclamar a integração nos quadros da empresa, é no dia 1 de Abril.