A Câmara Municipal de Coimbra vai integrar os órgãos sociais da fundação cultural da universidade, criada recentemente com o intuito de gerir e autonomizar os espaços adjacentes à instituição.

A reunião constitutiva da fundação decorreu há uma semana, depois dos estatutos terem sido aprovados em Março de 2007. Ao tornar-se parceira da fundação, a câmara vai assumir um papel activo na gestão dos espaços da Universidade de Coimbra (UC), sendo que, o presidente da Câmara, Carlos Encarnação, vai ocupar o cargo de vice-presidente do conselho geral da fundação, que será presidido pelo reitor da UC, Seabra Santos.

Em declarações ao JPN, Carlos Encarnação explica que “a universidade convidou a câmara para participar no conselho geral da fundação e também para que o presidente fosse vice-presidente do conselho geral da fundação”. O autarca acredita que “a fórmula utilizada” para esta fundação “é muito interessante e abre possibilidades para a gestão de vários equipamentos que a universidade tem a seu dispor”.

Objectivos centrados na dinamização dos espaços da universidade

A fundação cultural da UC tem objectivos bastante específicos. Pretende tornar mais fácil a gestão das estruturas e não vai ser construída ao “abrigo do novo regime jurídico das instituições do ensino superior”, garante ao JPN Pedro Santos, do gabinete de Comunicação e Identidade da UC. “A fundação tem como objectivo promover, apoiar e dinamizar iniciativas no âmbito científico, cultural e social da universidade”, justifica.

O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), o estádio universitário, o auditório da reitoria e o Palácio de São Marcos são espaços que estão na dependência da universidade, mas que “servem todas as pessoas da cidade”, afirma Pedro Santos.

O TAGV, por ser uma entidade pública, não podia aceder a verbas do Estado e essa situação tem criado alguns constrangimentos financeiros na gestão do espaço. O TAGV é o único em Portugal na dependência de uma universidade, que tem programação própria e, com a criação da fundação, será mais fácil “a candidatura a apoios privados e públicos”, justifica Pedro Santos.

Entidades públicas e privadas financiam o projecto

O financiamento da fundação vai contar com uma dotação financeira da própria UC, dos membros da fundação, assim como de contribuições de entidades privadas e públicas, como a câmara.

Contudo, a fundação espera poder “ter capacidade de gerar receitas próprias”, pois os espaços são usados por toda a população da cidade e da região, como explica Pedro Santos.