Um estudo realizado pelo British Council a 3.500 alunos de 47 escolas em nove países da Europa (Espanha, Portugal, Alemanha, País de Gales, Escócia, Inglaterra, Bélgica, Países Baixos e Itália) e apresentado no Parlamento Europeu na passada sexta-feira mostra que o bullying (comportamentos intimidatórios) é um problema nas escolas secundárias.

O problema do bullying é pior nas escolas secundárias do Reino Unido (48%) do que nas restantes escolas da Europa. Em Portugal, as opiniões dos jovens estudantes dividem-se: 35% acha que o bullying é efectivamente um problema e a mesma percentagem acha que não. 30% dos jovens portugueses não tem opinião sobre este assunto.

O estudo demonstra que os principais motivos de chacota entre os alunos portugueses são o que vestem (51%), a aparência física, como o peso (36%), a cor da pele e as deficiências (31%), refere Alda Martins, professora da Escola Secundária José Estêvão.

A apresentação feita por Julian Morgan no Parlamento Europeu demonstrou também que nos últimos três meses as filhos de pais imigrantes foram mais gozados nas escolas do que os outros e que estas crianças dizem precisar de ajuda (60%).

Por outro lado, o mesmo estudo revela que a média dos jovens nativos que dizem não trabalhar o suficiente na escola (27%) é superior à médias dos jovens filhos de pais imigrantes (24%), relativamente ao mesmo assunto. A este propósito, Luís Capucha, professor no ISCTE e investigador no CIES revela que existem outros factores responsáveis pelo insucesso escolar do que apenas as diferenças raciais e culturais.

No entanto, a maioria dos jovens inquiridos dizem sentir-se felizes nas escolas e consideram o sucesso escolar importante para o seu futuro. Portugal é o segundo país da União Europeia, abrangido pelo estudo do British Council, em que os jovens dizem sentirem-se parte da escola (82%), situando-se acima da média europeia (80%).