O processo clínico electrónico desenvolvido pelo Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, foi classificado como um dos três projectos mais inovadores. Em Orlando, nos Estados Unidos, o XI Concurso Mundial da Microsoft Healthcare Users Group (MS-HUG) colocou o hospital português entre os três finalistas.

Introduzido, até ao momento, em toda a medicina interna e nas urgências, o novo processo clínico electrónico, consiste num projecto que “satisfaz as necessidades dos profissionais de saúde, quer na componente médica quer na de enfermagem, de uma forma transversal”, explicou ao JPN Rui Gomes, responsável pelos Sistemas de Informação do Hospital.

Todo o tipo de registos necessários aos profissionais de saúde estão disponíveis informaticamente. O acesso aos dados, bem como a actualização dos mesmos, pode ser feita por qualquer área clínica e administrativa do hospital.

Custos baixos

Depois de algumas iniciativas falhadas, que não respondiam às exigências e expectativas do Hospital, a administração do São Sebastião decidiu contratar, há quatro anos, uma equipa para se dedicar a fundo a um projecto deste género.

Concebido através da utilização das últimas tecnologias da Microsoft, o processo clínico electrónico é considerado inovador por ter sido criado com recurso a baixos custos. “Trata-se de um projecto desenvolvido internamente numa instituição, com recursos mínimos, e sem financiamento, sem outsourcing, sem academia, nem outro tipo de apoio”, referiu Rui Gomes.

O responsável pelos Sistemas de Informação do Hospital acrescentou que “a unidade local produziu software de excelência, utilizando simplesmente os recursos disponíveis no Ministério da Saúde”.

Os baixos recursos financeiros em conjunto com o facto do projecto estar a ser desenvolvido por uma equipa de apenas quatro pessoas chamaram a atenção da Microsoft Portugal. “Durante dois anos a Microsoft utilizou o hospital como case study nacional, tentando com que os produtores de software no mercado seguissem este exemplo”, explicou.

A ligação nunca mais se perdeu e a projecção internacional foi alcançada. No entanto, foi iniciativa do hospital participar no XI Concurso Mundial da MS-HUG. “Não deixa de ser interessante a forma como o projecto foi valorizado, mas agora acreditamos e achamos que, mais tarde ou mais cedo, este processo será replicado”, referiu Rui Gomes.