O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou esta quarta-feira 15 medidas para o reforço da segurança interna, incluindo a formação de dois mil novos agentes da PSP e da GNR. A medida tinha sido posta de lado, em Novembro do ano passado, pelo primeiro-ministro José Socrates quando afirmou que não iriam haver formações em 2008 e 2009. Esta medida vem responder ao sentimento de insegurança gerado pelos homicídios recentes ocorridos em Lisboa e no Porto.

A decisão foi anunciada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, durante a apresentação do programa “Portugal Seguro – Estratégia de Segurança para 2008”. O aumento da força de segurança é assim estabelecido por 15 novas medidas que atendem à solicitação feita pela GNR e PSP quanto ao reforço do efectivo policial e incluem também a criminalização do exercício ilícito da segurança privada.

O anúncio estendeu-se a medidas nas áreas da delinquência juvenil, do investimento em infra-estruturas, dos contratos locais de segurança, do treino policial, do reforço de policiamento em zonas problemáticas e à videovigilância que será colocada também em Lisboa.

Um passo importante

Paulo Rodrigues, da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP) considerou bem-vinda a implementação destas medidas, mas lembrou que há pontos que geram apreensão, principalmente no que toca à implementação a curto prazo destas decisões.

Salientou, mesmo assim, o passo importante dado pelo Governo em algumas medidas. Paulo Rodrigues pede ponderação, visto que continuam a existir problemas e contrariedades nas posições da PSP e da GNR, nomeadamente, um choque de funções que levam à necessidade de agilizar e facilitar os processos de investigação de ambas.

“São leis generalizadas e ambíguas que prometem ainda discussões a ter com o Governo” rematou Paulo Rodrigues.