Começam esta quarta-feira, dia 12 de Março, os concertos do South by Southwest (SXSW), em Austin, no Texas. O festival divide-se em três componentes: interactividade, cinema e música. Realizado este ano de sete a 16 de Março, os concertos estão agendados para os últimos quatro dias do certame.

O festival americano comemora a 22ª edição e conta, pelo segundo ano consecutivo, com a presença de vozes portuguesas. São centenas de bandas, distribuídas por mais de oitenta palcos, num evento dirigido principalmente ao ramo da indústria musical, de modo a divulgar música de todo o mundo. O SXSW é considerado um dos festivais mais importantes do género. David Fonseca, Kalashnikov, Zé dos Frangos, Norton e Bildmeister foram escolhidos de entre os milhares de músicos que concorreram.

Kalashnikov “espalham guerra” no Texas

A actuação nacional mais polémica será, possivelmente, a dos Kalashnikov, primeira banda portuguesa a subir ao palco do SXSW 2008, já esta quarta-feira. Preparados para “espalhar a guerra” por onde passam, a banda de Jel concorreu ao SXSW para “prestar uma homenagem a George Bush”, segundo o vocalista. Resta saber como é que os texanos vão reagir ao ouvirem “George Bush, Bin Laden, One Big Family”.

O facto de actuarem na terra natal do presidente norte-americano não faz com que os Kalashnikov encarem a actuação com receio. Jel diz que a banda vai aproveitar a estadia nos Estados Unidos para gravar um documentário e admite levar a “luta” do programa da Sic-Radical “Vai tudo abaixo” ao Texas.

Depois dos Estados Unidos, os Kalashnikov voltam ao estrangeiro no fim do Verão. A banda está a preparar uma digressão pela Europa. “Vai ser quase um mês na estrada, a espalhar a guerra pela Europa”, revela Jel.

David Fonseca de volta a Austin

No dia 14 de Março David Fonseca sobe ao 18º andar do Hilton Garden Inn, um ano após se ter estreado no festival. Depois de dar a conhecer o novo disco numa digressão por Portugal, o cantor leva agora os seus “sonhos a cores” até Austin.

O músico de Leiria voltou a ser escolhido pela organização do festival. No entanto, se tal não tivesse acontecido, David Fonseca admite que viajaria na mesma até ao Texas, como espectador. “Ter lá estado teve uma influência muito grande na minha vida e fiquei com muita vontade de voltar nem que fosse só para ver as bandas”, assume.

A passagem pelo SXSW influenciou o ex-Silence 4, não só pela magnitude do festival, mas porque foi lá que nasceu o novo disco. “Nem sabia que ia fazer um disco nesse ano, o que é certo é que depois de chegar lá basicamente ganhei energias para montar o ‘Dreams in Colour’”, confessa.

Em palcos portugueses o músico de Leiria confidenciou aos fãs que a primeira pessoa a ouvir “Kiss me, oh kiss me” foi a empregada de limpeza do hotel onde se encontrava. O músico não promete repetir a proeza, mas confessa que a ideia lhe agrada. “Não me importava, mas nunca se sabe, acho que as canções surgem quando menos se espera”, admite.

Adepto das novas tecnologias, David Fonseca criou há um ano um videoblogue, no qual foi mantendo os fãs ao corrente do que se passava em Austin. O blogue continua activo e o artista promete voltar a acompanhar o festival através dele.