Um estudo do Observatório da Comunicação (OberCom), baseado em resultados do inquérito do projecto “A Sociedade em Rede em Portugal”, concluiu que os portugueses, de 2003 até 2006, realizaram menos compras e operações com bancos via Internet.

O número de utilizadores que efectuam operações bancárias on-line decresceu para 14,6% em 2006, quando em 2003 o valor era de 24,3%.

O número de indivíduos a realizar downloads de músicas na Internet também registou uma diminuição de 34% para 20,8% entre 2003 e 2006, o que se pode relacionar com “uma maior consciencialização dos inquiridos quanto à ilegalidade da prática de ‘pirataria’ musical”, como menciona o documento.

No topo das actividades mais realizadas pela Internet encontra-se a transmissão ou recepção de mensagens de correio electrónico (70,7% em 2006). O relatório mostra ainda o aumento da utilização dos portugueses para “contactar os amigos quando se está desanimado” (de 23,5% para 28%) e para “combinar ou marcar saídas” com os mesmos (de 23,3% para 30,5%).

Chamadas on-line crescem

O estudo da OberCom revela o aumento acentuado das chamadas telefónicas via Internet. 15,6% dos inquiridos reconheceram esta prática em 2006, quando em 2003, este valor era apenas de 4,4%. Este crescimento de chamadas on-line acontece paralelamente à diminuição significativa da utilização do telefone fixo, que decresceu dos 61,7% de 2003 para os 49,3% de 2006.

Comércio electrónico em queda

O decréscimo do comércio electrónico é uma das conclusões mais significativas do estudo. A realização de compras on-line caiu de forma acentuada, passando de 44,8% para 27,9% em 2006 na área das compras “tradicionais”.

No conjunto das compras “tradicionais” insere-se a compra de livros e CD, a reserva de viagens, alojamentos e bilhetes para espectáculos, a compra de produtos informáticos, alimentícios e de limpeza, o aluguer de carros, entre outros.

Outros tipos de compras registaram igualmente uma descida, de 9,1% para 6,9% nomeadamente. Segundo o documento, estes dados podem ser associados à “possibilidade de existência de novas áreas de transacção que não as mais tradicionais” podendo ainda falar-se de um “enfraquecimento e insucesso do alargamento e-commerce a um maior número de utilizadores”.

Desinteresse é principal motivo dos não utilizadores

Entre os motivos que levam os portugueses a não utilizar a Internet, a principal razão é a falta de interesse, sendo este o motivo de 43,1% dos não utilizadores em 2006. O segundo maior motivo de resistência ao uso da rede é a falta de computador, com uma percentagem de 16,5% quando, em 2003, este era o principal motivo apontado pelos portugueses para não aceder à Internet (24,3%).

A falta de conhecimento sobre o funcionamento da Internet é o terceiro motivo referido da não-utilização da rede (11,4% em 2006) – era a segunda opção em 2003.