O “Jornal de Notícias” (JN) no Porto preparava-se para eleger, esta quinta-feira, um novo Conselho de Redacção (CR). Há precisamente uma semana, o anterior CR cessou funções, após um desentendimento entre os seus membros.
A transferência de uma jornalista da secção de Economia para o Departamento de Publicações Especiais, responsável por cadernos entre o jornalismo e a publicidade, foi o principal motivo apontado para divisão do conselho, o que aconteceu há cerca de seis semanas.
“O Conselho de Redacção, que tinha acabado de ser eleito, tentou emitir um comunicado sobre o que se passou [a transferência da jornalista], antes de se reunir com o director, mas os membros não chegaram a acordo e é nessa sequência que se demitem”, explicou ao JPN Nuno Marques, o único membro que permaneceu do CR anterior, que estava no estrangeiro quando a discussão começou.
“Houve um desentendimento entre a jornalista e a respectiva editora”
Questionado sobre a potencial razão para o “correctivo” aplicado à colega, Nuno Marques diz que apenas sabe que “houve um desentendimento entre a jornalista e a respectiva editora”. “Foi castigada pela direcção com uma transferência para um outro serviço do jornal que não fica propriamente na redacção”, afirmou, acrescentando ainda que pretende somente “contextualizar e não assumir nada”.
Um abaixo-assinado foi posto a circular por uma jornalista, tendo como objectivo contestar a transferência compulsiva da colega. Ao todo, terão sido reunidas 67 assinaturas. Para Nuno Marques, que concorre às eleições para o CR, o abaixo-assinado não significa que “a redacção e a direcção do JN estejam em lados opostos”.
“A pessoa que criou o abaixo-assinado disse-me que aquilo era unicamente aquilo, ou seja, não queremos ninguém castigado nestes termos e queremos que a nossa colega volte à redacção. Ponto final, não há mais palavras ocultas”, rematou o jornalista.