Subiu a percentagem de grávidas e crianças submetidas a tratamento antiretroviral contra a SIDA em 2006, de acordo com o relatório “As Crianças e a SIDA: Segundo Balanço” (em PDF), lançado no âmbito da campanha “Unite for Children, Unite against AIDS”, esta quinta-feira.
Segundo dados do relatório, produzido em conjunto pela UNICEF, pela Organização Mundial de Saúde e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (UNAIDS), em 2007, 33,2 milhões de pessoas em todo o mundo eram portadoras do vírus da SIDA, das quais 2,1 milhões eram crianças.
Juntos pelas crianças, juntos contra a SIDA
A campanha “Unite for Children, Unite against AIDS” (Juntos pelas Crianças, Juntos contra a SIDA) foi lançada em Outubro de 2005, pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (UNAIDS), em parceria com a UNICEF e outras organizações. A campanha foca-se na incidência da SIDA nas crianças e empenha-se na prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho e na protecção e tratamento de crianças seropositivas.
No ano passado, 420 mil crianças foram infectadas com o VIH, na sua maioria durante a gestação ou a amamentação, e 290 mil morreram com o vírus. Cerca de metade das crianças que nascem seropositivas morrem antes de completarem dois anos, indica o relatório.
“As crianças e os jovens de hoje não conheceram o mundo sem SIDA. São milhares os que perderam a vida devido à doença e milhões os que perderam os pais ou quem cuidava deles”, afirma a directora-executiva da UNICEF, Ann M. Veneman. De acordo com os dados do relatório, em 2007, 12,1 milhões de crianças perderam os pais devido à SIDA, o que representa um aumento de mais de 50% face aos números de 2000.
Progressos no combate à SIDA
No entanto, de acordo com o relatório, verificaram-se alguns progressos. Em 2006, nos países de baixo e médio rendimento, a quantidade de crianças que receberam tratamento antiretroviral subiu 70% e o número de grávidas abrangidas pelo tratamento de prevenção da transmissão de mãe para filho (PMTCT) registou um aumento de 60%.
A nível mundial, apenas 23% das mulheres grávidas seropositivas recebem o tratamento de PMTCT, mas em 11 países a incidência do VIH em mulheres grávidas entre os 15 e os 24 anos diminuiu. No final de 2006, 21 países – entre eles o Botsuana, o Brasil e o Ruanda – estavam a caminho de atingir a meta de 80% de cobertura para a PMTCT, quando em 2005 eram apenas 11 países.
“As crianças já não são invisíveis para governos nacionais”
Em 2007, foram canalizados dez mil milhões de dólares (quase 6,5 milhões de euros) para o combate à SIDA, um aumento face aos 6,1 milhões de dólares de 2004. “As crianças já não são invisíveis para governos nacionais, doadores e organizações internacionais”, lê-se no relatório.
O documento apela ao melhoramento dos sistemas de saúde, educação e segurança social e incita à aposta em abordagens a nível da família e da comunidade no tratamento das crianças seropositivas.