O relatório “O Ensino Superior na Sociedade do Conhecimento”, da responsabilidade da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), divulgado esta quinta-feira em Lisboa, refere que em Portugal, assim como na Finlândia, Reino Unido e Irlanda, “frequentar o ensino superior é altamente rentável do ponto de vista individual”.

As diferenças salariais entre licenciados e não licenciados são visíveis, não só no momento da entrada no mercado de trabalho, mas ao longo de toda a vida profissional, nota o estudo, realizado em 24 países.

OCDE sugere aumento de propinas

A análise revela que há também benefícios sociais: os diplomados têm melhores condições de trabalho e registam valores mais favoráveis ao nível da saúde individual e familiar. As vantagens apontadas têm um impacto positivo, segundo a OCDE, na redução das taxas de pobreza e crime, ainda que de forma indirecta.

O relatório aponta que o ensino superior em Portugal está demasiado dependente do financiamento público, avançando como alternativa a subida do valor das propinas. Esta hipótese foi já recusada por Mariano Gago, que teceu elogios às instituições de ensino que conseguem verbas suplementares.

Mulheres beneficiam mais

Uma licenciada portuguesa aufere, em termos líquidos, mais 10% que uma mulher com habilitações ao nível do ensino secundário. No universo masculino, esta discrepância não é tão acentuada: o salário de um diplomado e de um não diplomado regista uma diferença de cerca de 8%.

Os indivíduos do sexo feminino conseguem uma percentagem de retorno, face ao investimento num curso superior, que se situa nos 13%. Um valor que desce para os 11%, no caso dos homens.