Depois de uma reunião, esta sexta-feira, entre as principais figuras do partido no poder e o presidente do Zimbabué Robert Mugabe, o Zanu-PF reiterou o apoio ao candidato, caso nenhum consiga mais de 50% dos votos e tenha que haver uma segunda volta para decidir quem será o próximo presidente.

Para Alex Veins, responsável pelo projecto África da Chatham House, este é o cenário “mais provável”, uma vez que “os resultados dos dois principais candidatos devem ficar muito próximos, sendo quase certa uma segunda volta”, referiu ao JPN.

O encontro teve como finalidade a análise e a escolha da melhor opção a ser tomada pelo partido nestas eleições. Na mesa chegou a estar a hipótese de um possível abandono de Mugabe do comando do país. Para tal, o líder do Zanu-FP exigia garantias de que não seria acusado de quaisquer crimes, como, por exemplo, os massacres de Matabeleland nos anos 80.

Correspondentes estrangeiros presos em Harare

Pelo menos dois jornalistas estrangeiros foram presos pelas forças policiais zimbabueanas, sendo um deles Barry Bearak, correspondente do “The New York Times” e vencedor de um prémio Pulitzer. “Isto aconteceu, sobretudo, porque as autoridades ficaram frustradas com o número de jornalistas a trabalhar sem acreditação, mas nenhum dos jornalistas sofreu maus tratos”, conta Alex Veins. No entanto, ambos vão ser acusados por, alegadamente, terem violado a lei, refere o “El País”.

Seis dias após as eleições gerais, o clima é de ansiedade e nervosismo. Sem dados oficiais relativamente à corrida pela presidência, a União Europeia já se pronunciou. Em comunicado, o presidente do Conselho Europeu pediu à Comissão Eleitoral do Zimbabué que “divulgue sem mais atrasos os resultados das eleições presidenciais”.

O partido Movimento para a Mudança Democrática (MDC, no original em inglês) apresentou, também esta sexta-feira, um recurso urgente no tribunal de Harare, a exigir que sejam conhecidos os resultados. Espera-se que os dados oficiais sejam apresentados até sábado.