Os dois sindicatos dos trabalhadores reuniram-se esta sexta-feira com a Yazaki Soltano. A reunião contou também com a presença de um representante do Ministério do Trabalho para negociarem a contraproposta dos trabalhadores em relação às indemnizações dos 400 a serem dispensados pela empresa no final do mês.

Rui Fidalgo, do Sindicato Nacional de Indústria e Energia (SINDEL), afirmou ao JPN que a Yazaki Soltano não aceitou na totalidade a contraproposta apresentada pelos sindicatos, mas reconsiderou os valores que a empresa divulgou inicialmente em relação ao pagamento de 1,5 salários por cada ano de trabalho, de dois meses de aviso prévio e de um mês de bónus.

O sindicalista disse ainda que já está em curso o processo de recolocação dos casos mais graves entre os 400 trabalhadores a serem despedidos pela empresa até à conclusão do fabrico do modelo M59.

Rui Fidalgo revelou que casos como mulheres grávidas, trabalhadores com doenças ou que estão a passar por processos de adopção vão ver a sua situação profissional resolvida com a integração noutras empresas.

Adiantou ainda que o Gabinete de Apoio Social e Profissional (GASP) já tinha contabilizado 318 vagas disponíveis para a integração dos trabalhadores noutras empresas. Dessas 318 vagas, 100 são dadas pelo grupo Jerónimo Martins e as restantes por “outras pequenas empresas locais”, adiantou.

“No fundo, nós precisaríamos de 375 vagas, contanto já com os 25 [trabalhadores] a serem recolocados” na empresa da Yazaki de Ovar, denunciou Rui Fidalgo, que também tem consciência de que “existe ainda algum cepticismo em relação aquilo que lhes vai ser apresentado”. “Não sabemos se as pessoas estarão dispostas a aceitar as oportunidades”, reiterou.

A formação profissional vai ser dada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), assegurou esta sexta-feira o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva. Segundo Rui Fidalgo, o IEFP disponibilizará um posto móvel nas instalações da Yazaki já a partir da próxima segunda-feira para também prestar auxílio e esclarecimento aos trabalhadores. Só existe um casal em risco de perder o seu emprego, mas, segundo o sindicalista, a empresa já tem conhecimento.