Decorreu este sábado em Lisboa, uma manifestação pela legalização do tuning reuniu cerca de 1.500 pessoas, segundo dados do movimento “Tuning Legal Já”, organizador da iniciativa.

A iniciativa teve o objectivo de juntar adeptos do movimento que, partindo da Rotunda do Marquês de Pombal, seguiram até à Assembleia da República, onde entregaram um documento com um plano de intenções para publicar o regulamento. Com isto, os participantes tentaram mostrar a sua indignação face à demora da regulamentação da actividade.

Alexandre Tomás, porta-voz do movimento “Tuning Legal Já”, explicou ao JPN que “o objectivo desta manifestação é a publicação de um documento que regule esta modalidade”, que tem cerca de quatro mil adeptos em Portugal. “O regulamento ainda não foi publicado, apesar de vários pedidos e, perante algumas dificuldades, esgotadas as vias normais e correctas dessa regulamentação, não resta outra alternativa se não fazer uma manifestação forte na capital”.

O Código da Estrada define que a transformação das características técnicas dos carros é “autorizada nos termos fixados em regulamento”, embora “desde 2005 nunca tenha saído nenhum regulamento”. Alexandre Tomás esclarece que é exactamente esta a luta do “Tuning Legal Já”, que espera que este regulamento venha a ser publicado o mais cedo possível.

Em Portugal, todas as alterações aos automóveis têm de submetidas a aprovação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), antiga Direcção-Geral de Viação, para serem homologadas e o carro poder andar legalmente. Apesar das multas por circular com um carro modificado irem desde os 250 até aos 1.250 euros, poucos são os veículos que se submetem a esta avaliação.

IMTT está a elaborar regulamento

Segundo Alexandre Tomás, essas multas podem ser aplicadas a uma “grande percentagem dos carros portugueses, porque qualquer marca tem acessórios desportivos, que acabam por se inserir na definição de tuning“. Neste momento, o IMTT está a elaborar um projecto de regulamento para enquadrar todas as transformações a veículos, dando especial atenção ao tuning. “A maior arma que podemos ter é a determinação e este movimento está bastante determinado e pensamos que a curto prazo este regulamento vai ser realmente publicado”, explicou Alexandre Tomás.

O porta-voz do movimento acredita que os street racers prejudicaram a legalização do tuning, e que a comparação entre ambos é “completamente absurda”. “Nós repudiamos por completo as corridas ilegais. Não temos nada a ver com essas actividades marginais e perigosas. Os nossos encontros são feitos de forma estática, os carros estão parados o dia todo”, explica.