O SINUS é um projecto desenvolvido no Departamento de Electrónica Industrial (DEI) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, que tem como base a eficiência energética e a melhoria do desempenho de instalações eléctricas.

De acordo com o responsável do projecto, João Luiz Afonso “o projecto SINUS teve como objectivos o desenvolvimento de equipamentos para compensação e monitorização de problemas dos sistemas eléctricos”. “Os equipamentos têm a função de monitorizar os consumos e a qualidade da energia eléctrica, de compensar a poluição harmónica e os desequilíbrios de corrente, bem como de corrigir o factor de potência”.

A tecnologia desenvolvida no âmbito do projecto tem sido testada e já foi “demonstrada em diferentes instalações reais” – numa indústria têxtil, na indústria farmacêutica Alliance Healthcare, no hospital Pedro Hispano no Porto e na própria Universidade do Minho, em que “o equipamento funciona simultaneamente como interface de fontes de energia renovável, painéis solares fotovoltaicos, com a rede eléctrica”. A tecnologia produzida “pode dar origem a produtos a serem comercializados por empresas portuguesas, produzindo riqueza para o país”, referiu o responsável.

“Universidades têm condições de apoiarem as empresas”

João Luiz Afonso refere que um “ponto importante é o facto desse projecto ter sido liderado por uma universidade, o que prova que as universidades portuguesas têm condições de desenvolver tecnologia, bastando para isso que tenham recursos para fazê-lo”. “É importante que as empresas portuguesas apostem mais nas universidades como parceiros para o desenvolvimento de tecnologia, pois as universidades têm condições de apoiarem as empresas nessa empreitada”, salientou o responsável.

O projecto, que se desenvolveu ao longo de três anos teve um custo de 706.488 mil euros tendo sido financiado em 75% pelo PRIME (Programa de Incentivos à Modernização da Economia), do Ministério da Economia e da Inovação, co-financiado pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), através da ADI (Agência de Inovação), tendo ainda 25% do seu financiamento assegurado pela Universidade do Minho.

“Ao longo dos três anos foram contratados 11 bolseiros de investigação”, refere João Luiz Afonso, “que desenvolveram um trabalho de grande mérito no âmbito do projecto e que ao fazê-lo aprenderam muito, tornando-se profissionais extremamente bem qualificados na área de intervenção do projecto, o que também é uma mais-valia para o país”.

Os equipamentos do projecto serão publicamente demonstrados nos próximos meses. “Agora espera-se que surjam empresas interessadas em aplicar a tecnologia desenvolvida na produção de equipamentos comerciais, para os quais o mercado não é apenas nacional, mas global”, refere João Luiz Afonso.