A parceria Público-Privada II é o único modelo de gestão para o aeroporto Sá Carneiro que não traz desvantagens, segundo o estudo da Deloitte e da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP). A análise dos seis modelos de gestão foi baseada em seis vectores: envolvimento de parceiros, políticas regionais, impacto económico, capacidade de investimento, retorno do investimento e satisfação do cliente. Rui Rio afirmou, esta quarta-feira, na apresentação do estudo, que “a Junta Metropolitana do Porto optou por se empenhar a sério no aeroporto”. “É um projecto muito sério, ainda mais do que o metro”, sublinhou o autarca.

Monopólio Público

Neste modelo, o sector aeroportuário é controlado por uma única entidade de capitais exclusivamente públicos. É o modelo que está presente em Portugal actualmente. O estudo demonstrou que as entidades que adoptam este modelo de gestão têm um retorno dos activos satisfatório e que o nível de satisfação dos passageiros é positivo. Por outro lado, verifica-se que o impacto da actividade da infra-estrutura aeroportuária na economia local é relativamente reduzido.

A única vantagem apontada pelo estudo é a segurança. A fraca atracção das low-cost, a lentidão nas decisões, a fraca rentabilidade e o baixo crescimento foram apontadas como as principais desvantagens deste modelo.

Parceria Pública

Segundo este modelo, o aeroporto Francisco Sá Carneiro (AFSC) seria gerido por uma entidade de capitais exclusivamente públicos, detentora da maioria do capital da sociedade, que exploraria autonomamente o aeroporto. É o que acontece na região da Madeira. Ao longo do estudo constatou-se que as infra-estruturas exploradas de acordo com este modelo encontram-se alinhadas em termos de gestão com as políticas regionais, e que o grau de satisfação dos seus clientes é positivo.

As vantagens deste modelo, segundo o estudo, são a segurança e a boa coordenação com os interesses locais, o que conduz a uma eficaz concretização dos investimentos. Como desvantagens foram descritas uma menor atracção das low-cost, menor rentabilidade e um crescimento baixo.

Parceria Público-Privada I

Neste caso, a exploração dos diferentes aeroportos nacionais seria efectuada por mais do que uma entidade, públicas e/ou privadas. Se este modelo viesse a ser adoptado, o AFSC seria explorado por uma entidade de capitais mistos, com a participação do Estado, como accionista maioritário, por entidades locais e por outras entidades públicas e privadas interessadas. Este tipo de parceria está patente nos Aéroports de Lyon, em França.

Para este modelo destacam-se as políticas regionais e em seguida a satisfação do cliente, como factores mais positivos.Os principais benefícios são os mesmos do modelo anterior e a maior desvantagem prende-se com o baixo crescimento.

Parceria Público-Privada II

Neste tipo de parceria, a gestão dos diferentes aeroportos nacionais seria efectuada por mais do que uma entidade, públicas e/ou privadas. Caso o modelo fosse aplicado ao aeroporto do Porto, este seria explorado por uma entidade de direito privado e capitais predominantemente públicos, promovida pelas autarquias locais. Como exemplo desta parceria encontra-se o Manchester AirportGroup.

O impacto económico na região, potenciado pela influência das autarquias locais na exploração das infra-estruturas e o alinhamento com as políticas regionais são alguns dos vectores que se destacam neste modelo. Esta parceria só apresenta vantagens, que se traduzem numa maior capacidade de captação das low-cost, na maior eficiência e rentabilidade de todos os modelos, numa maior capacidade de investimento, numa maior coordenação com os interesses e parceiros locais e num crescimento elevado.

Gestão Privada

Na gestão privada, a exploração dos diferentes aeroportos nacionais seria feita por mais do que uma entidade, públicas e/ou privadas. O AFSC seria, neste caso, gerido, de forma autónoma, por uma entidade de capitais maioritariamente privados, como acontece na Brussels Airport Company.

O impacto económico na região e a capacidade de investimento em infra-estruturas são alguns dos aspectos que se destacam positivamente. O modelo de gestão privada tem como vantagens uma maior capacidade de captação das low-cost, uma elevada rentabilidade e eficiência e um crescimento médio. Os principais problemas desta forma de gestão dizem respeito à segurança, qualidade, ao risco de distribuição dos lucros e um menor investimento.

Monopólio Privado

Em caso de monopólio privado, a gestão do aeroporto seria da responsabilidade da entidade concessionária de capitais predominantemente privados que detivesse a concessão dos vários aeroportos nacionais, como é o caso da ANA Aeroportos de Portugal, que inclui o AFSC.

A capacidade de investimento e o retorno de investimento, associados ao carácter privado do explorador e ao facto de o mesmo ser possuidor de uma posição monopolista são alguns dos vectores que se evidenciam neste modelo. Os benefícios e desvantagens são iguais aos do modelo anterior.