Esta sexta-feira a 27 de Abril, Diogo Infante e Eunice Muñoz sobem ao palco do Teatro Nacional S. João para interpretar “Dúvida”. A peça, de 2004, é da autoria do dramaturgo norte-americano John Patrick Shanley e tem encenação de Ana Luísa Guimarães.

“Dúvida” é, segundo Shanley, uma “parábola” que “requer mais coragem do que a convicção, e mais energia; porque a convicção é um lugar de repouso e a dúvida é infinita, é um exercício apaixonado”. “O início da mudança é o momento da dúvida. É aquele momento crucial no qual ou renovo a minha humanidade ou me torno uma mentira”, disse. A peça de 2004 valeu ao autor norte-americano quatro galardões Tony Awards e o Prémio Pulitzer.

Em palco, Diogo Infante e Eunice Muñoz são, respectivamente, um “padre progressista sobre o qual recai a suspeita de práticas pedófilas e a severa madre superiora de uma escola paroquial do Bronx do início da década de 60”. O enredo da peça reflecte as divergências vividas no seio da Igreja Católica durante o Concílio Vaticano II e uma América “marcada pelo racismo” e traumatizada pela morte do presidente Kennedy e pela Guerra do Vietname.

“Dúvida” estreou em Março de 2007 sob a encenação de Ana Luísa Guimarães e, um ano depois, as expectativas do protagonista para a estreia no Porto são as melhores. “Turismo Infinito” despede-se do TNSJ para dar lugar à produção do Maria Matos.

Ao JPN, Diogo Infante recordou representações anteriores na cidade, elogiou a “instrução” e os “hábitos teatrais” do público portuense e salientou a expansividade emotiva dos espectadores que torna o trabalho dos actores “muito gratificante“.

O actor, para quem participar em “Dúvida” tem sido “fantástico”, salienta o “enorme privilégio” e a “oportunidade única” de contracenar com “uma actriz extraordinária e absolutamente marcante” como Eunice Muñoz. “Poder estar em palco com ela e beber um pouco do seu talento é algo que guardarei para sempre. É uma experiência inestimável e muito enriquecedora”, enaltece.

Em palco contracenam, ainda, Isabel Abreu e Lucília Raimundo, com acompanhamento da Orquestra Sinfonietta de Lisboa e de Bernardo Sassetti ao piano.