15 horas. É esta a hora limite imposta pelos jogadores do Boavista e pelo Sindicato dos Jogadores para a direcção regularizar o pagamento dos dois meses e meio de salários em atraso.

O plantel axadrezado e o sindicato reuniu-se num hotel da cidade do Porto por volta do meio-dia desta sexta-feira. Em cima da mesa estava a possibilidade do Boavista avançar para a greve ao jogo de domingo, frente ao Nacional. Da reunião, ficou decidido manter o pré-aviso de greve caso o pagamento dos salários em atraso não seja regularizado até às 15 horas de hoje. “Se isso não acontecer, os jogadores faltam ao jogo de domingo e só voltam aos treinos na terça-feira”, garantiu Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores.

Joaquim Teixeira, presidente do Boavista, afirmou recentemente que o clube vivia momentos muito difíceis mas que tudo estava a ser feito para salvaguardar o futuro das “panteras”.

Quinta-feira, Joaquim Teixeira e Sérgio Silva, investidor que prometeu injectar dinheiro no clube, afirmaram em conferência de imprensa que 9,5 milhões de euros já estavam nos cofres do Boavista. O restante dinheiro (38,5 milhões no total), terá sido entregue em cheques bancários ao presidente do Boavista. “Os cheques estão aqui, mas não são para ninguém ver”, afirmou o investidor.

Toda esta situação tem estado envolta em alguma polémica e estranheza, pois o suposto investidor do Boavista é completamente desconhecido e diz pertencer a uma empresa que parece não existir. Além disso, Sérgio Silva é acusado de ter dívidas pelo país e foi mesmo arguido num caso de cheques sem cobertura.

Para já, o importante para o Boavista é a chegada do auxílio financeiro, que constitui importância fulcral para a sobrevivência dos axadrezados. Numa altura em que existe um pré-aviso de greve e um pedido de insolvência da SAD do Boavista, apresentado pelo Beira Mar, a chegada do dinheiro aos cofres do clube pode ser a tábua de salvação.