O ministro da Agricultura, Jaime Silva, afirmou, esta terça-feira, que Portugal “não tem meios para combater a praga do nemátodo que se abate sobre os pinheiros”. O governante falava à margem da assinatura de seis protocolos no âmbito da defesa da floresta contra incêndio.

“Não temos luta química. Esta é uma doença exótica para nós, foi importada e as nossas árvores ainda não têm resistência, ao contrário do que acontece no Canadá, onde a doença é endógena e os pinheiros já ganharam resistências ao longo dos anos”, explicou Jaime Silva.

“O combate à praga do nemátodo é da inteira responsabilidade dos proprietários florestais”, refere o titular da pasta da agricultura, acrescentando que o ministério só os substitui quando, de facto, os proprietários não o fazem e com o intuito da devida precaução para evitar que a doença alastre.

Doença afecta poucos pinheiros no país

A doença do nemátodo já é conhecida desde 1999, em Portugal. A praga estava confinada à península de Setúbal, sendo transmitida por um insecto. Actualmente, apenas uma pequena percentagem de pinhal português é afectada pelo nemátodo. “Dos 200 mil pinheiros que morreram no passado, apenas 20% resultou desta doença”, referiu o ministro da Agricultura.

Quando um pinheiro morre por causa de nemátodo deve ser abatido nos dez dias seguintes para que não se propague. O ministro alertou para a necessidade de os proprietários florestais retirarem os pinheiros afectados pelo nemátodo dos seus hectares.

No entanto, Jaime Silva acrescenta que é preciso não que não haja “alarmismo e explicar que muitos dos pinheiros que morrem não é devido a esta doença”. “Na área da região Centro que nós pusemos sobre segurança conta-se com 6.500 hectares e desses só uma pequeníssima parte está afectada”, adiantou.

“Mais meios de combate” aos fogos

No Salão Nobre da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no Porto foram assinados seis contratos de colaboração no âmbito da defesa da floresta contra incêndio. “Há mais meios de combate e há, sobretudo, mais envolvimento da sociedade civil”, afirmou Jaime Silva.

Os protocolos estabelecidos entre várias entidades do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios visam a constituição de equipas de Sapadores do Exército para a defesa da floresta contra incêndios, a protecção e conservação dos valores naturais das áreas protegidas e um melhor conhecimento das causas dos incêndios e do perfil do incendiário português.

Para além disto, os protocolos têm como finalidade desenvolver acções de monitorização aérea de fogos, a sensibilização da população escolar e o alargamento da rede de estações meteorológicas para a defesa da floresta contra incêndios.

A partir do próximo mês, todos os meios financeiros necessários – cerca de cem milhões de euros – para a florestação e a reorganização das florestas vão estar disponíveis, com o objectivo de ter uma floresta ordenada e para evitar manchas contínuas resinosas, onde os incêndios se propagam com mais facilidade .