Foi esta terça-feira inaugurado o Centro de Comando Operacional (CCO) do Porto, da Refer, para um mais eficaz controle do tráfego ferroviário na região. O CCO, situado em Contumil, é o segundo de três que irão funcionar no país, tendo o primeiro sido inaugurado em Novembro do ano passado, em Lisboa.

A criação de vários Centros de Comando de Circulação, desde 1997, veio melhorar a regulação do tráfego ferroviário, mas a Refer quer agora concentrar a gestão de todas as operações referentes aos caminhos de ferro em três únicos CCO, num investimento ambicioso de mais de 60 milhões de euros.

O centro vai controlar as linhas do Minho, Guimarães, Leixões, Douro e Norte (desde a Mealhada até Porto-Campanhã) e ainda o Ramal de Braga.

O presidente da Refer, Luís Pardal, descreveu, momentos depois da inauguração do espaço, este investimento de 25 milhões de euros como uma “evolução técnica e funcional muito significativa”, que trará vantagens como a redução do risco de acidentes bem como uma melhoria na informação prestada ao público.

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, enumerou outros benefícios como a optimização e exploração da rede, que proporcionará uma “redução dos custos” das operações desempenhadas.

Além das vantagens económicas, o novo CCO vai permitir a “melhoria dos serviços prestados”, sobretudo no que toca à segurança, elemento “fundamental”, nas palavras de Ana Paula Vitorino. A melhoria da segurança na circulação de pessoas e bens será garantida através da implementação de novas funcionalidades, entre as quais a videovigilância, “tão importante nos tempos que correm”, frisou a secretária de Estado.

Os CCO disponibilizam informação em tempo real sobre a localização de todos os comboios em circulação, numa infra-estrutura que o presidente da Refer descreveu como ao alcance de “poucos gestores na Europa”. O terceiro CCO vai estar localizado em Setúbal e deverá iniciar as suas funções em 2009.

Trofa e Espinho no caminho da modernização

Dentro do horizonte próximo da alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo faz parte o projecto, já em curso, de construção de uma variante à linha do Minho na zona da Trofa. Terá apenas 3,6 quilómetros de extensão, um túnel de 1,4 quilómetros e um viaduto.

A nova estação será um interface multi-modal dotado também de uma área comercial e deverá estar concluída dentro de dois anos, “permitindo assim cumprir o tempo de viagem fixado em uma hora entre Porto e Vigo”, afirmou Ana Paula Vitorino.

Outro projecto a decorrer é a construção da nova estação de Espinho, que será enterrada e cujo edifício de passageiros de um só piso se situará à superfície. O projecto inclui, ainda, a construção de uma nova estrutura ferroviária e estará finalizado no próximo trimestre deste ano.

As obras da Trofa e de Espinho representam um investimento de “cerca de 140 milhões de euros” por parte do Governo e da Refer, numa aposta na “modernização da rede ferroviária convencional”, afirmou a secretária de Estado.