O director da Escola Superior de Biotecnologia e professor catedrático da Universidade Católica Portuguesa, Xavier Malcata, foi o primeiro cientista português a receber o prémio “Samuel Cate Prescott”, atribuído pelo Institute of Food Technologists (IFT), dos Estados Unidos.

A investigação incidiu sobre “um conjunto de intervenções que representam um leque bastante alargado de matrizes alimentares, sendo também alargado o número de disciplinas que foram necessárias, nomeadamente a Engenharia e Tecnologia, a Biologia, a a Química e a Física”, explicou Malcata ao JPN.

Xavier Malcata passa, assim, a integrar a lista de nomes proeminentes na área dos alimentos que receberam o prémio, como Theodore P. Labuza e R. Paul Singh.

Prémio Samuel Cate Prescott

O prémio foi instituído em 1964, em homenagem a Samuel Cate Prescott (1872-1962), um dos mais notáveis cientistas alimentares americanos, que dedicou a sua vida profissional aos campos da segurança alimentar, da ciência alimentar, da saúde pública e da microbiologia industrial, tendo sido o primeiro Dean da School of Science do Massachussetts Institute of Technology e o primeiro Presidente do IFT.

“É uma satisfação pessoal muito grande ter conseguido satisfazer estes critérios de exigência e até de excelência”, disse. “Trata-se do reconhecimento público do nosso trabalho, que é feito quase exclusivamente em Portugal e numa instituição que nem sequer é uma instituição pública estatal”.

Galardão premeia investigações sobre o avanço do estado da arte

O galardão visa premiar aqueles que tenham manifestado uma capacidade superior de investigação num ou mais campos de ciência e tecnologia alimentar, salientando-se “as contribuições para a metodologia, a competência demonstrada e os efeitos dos esforços de tais investigação sobre o avanço do estado da arte”. O prémio será entregue numa cerimónia pública, durante o Congresso Anual do IFT em Nova Orleães (EUA), a 28 de Junho.

“Tem sido complicado conjugar as minhas funções administrativas à frente da Escola Superior de Biotecnologia com as de investigador”, afirmou Xavier Malcata, acrescentando, no entanto, que é possível contornar os obstáculos, uma vez que o seu grupo de investigação tem mostrado estar ao nível das exigências.

“Muitas das pessoas já foram devidamente treinadas por mim, e algumas delas estão em fases mais avançadas da carreira, mas trabalham em uníssono e são capazes de, em conjunto, fazer avançar o conhecimento com uma eficiência e com uma qualidade que justifique este tipo de reconhecimento público”, rematou.

Para além deste prémio, o professor catedrático inclui no currículo académico outros galardões, como o Danisco International Dairy Science Award (2007) da American Dairy Science Association e o Young Scientist Research Award (2001) da American Oil Chemists’ Society.