Segundo as Previsões de Primavera da Comissão Europeia, divulgadas segunda-feira, a economia portuguesa vai crescer 1,7% este ano, valor inferior aos 2,2% estimados pelo Governo. Em 2009, crescerá cerca de 1,6% , valor acima do crescimento económico estimado para a Zona Euro (1,5%).

As Previsões de Primavera referem ainda que a economia portuguesa deve ser afectada pelo “abrandamento económico nos principais parceiros, turbulência no mercado de crédito e pela subida dos preços da energia e da alimentação”.

Diminuição do desemprego e aumento dos preços

A Comissão Europeia prevê também uma melhoria na taxa de desemprego em Portugal. A taxa de desemprego vai situar-se nos 2,8% este ano e em 2009, valor que se situa abaixo das Previsões de Outono de 2007 para os dois anos (8%).

“Depois da tendência de alta registada nos anos anteriores, a taxa de desemprego tem vindo a descer moderadamente desde meados de 2007”, refere o relatório, que acrescenta que “contra a actual perspectiva para a economia, a taxa de desemprego deverá permanecer estável em 2009″.

Quanto à evolução dos preços, Bruxelas prevê um aumento de 2,8 % este ano, acima dos 2,4% registados em 2007. Para 2009, a inflação deverá desacelerar para os 2,3%. O valor estimado pelo Governo foi de 2,1% para 2008.

Apesar de estar acima das previsões do Executivo português, a taxa de inflação estimada para Portugal pela Comissão Europeia vai ser menor que a esperada para a Zona Euro, que deverá fixar-se acima dos 3%.

Défice orçamental nos 2,6% em 2009

O défice orçamental vai subir de 2,2% em 2008 para 2,6% em 2009, de acordo com Bruxelas. O valor de 2,2% para 2008 é coincidente com as estimativas do Governo de Sócrates para o mesmo ano.

No entanto, para 2009, o organismo europeu prevê um aumento do défice, para “um pouco acima dos 2,5%”, contrariando assim as estimativas do Governo, que apontam para uma diminuição do desequilíbrio das contas públicas para 1,5% do PIB.

“Além do efeito de base relacionado com a operação extraordinária de 2008 [a concessão de exploração de barragens que valerá aos cofres do Estado quase 0,2 pontos de PIB este ano], esta deterioração deverá ser explicada principalmente pelo impacto do corte do IVA a meio de 2008”.