A Agência Lusa está num processo de reconversão da sua redacção no sentido de preparar os jornalistas para as plataformas multimédia. Em declarações ao JPN, José Manuel Barroso, presidente do conselho de administração da agência, explicou que estas alterações se prendem com “a necessidade de acompanhar os tempos”.

O objectivo da Lusa passa por “poder estar no mercado com produtos compostos e ir preparando os jornalistas para lidar com várias plataformas”, como disse José Manuel Barroso. O presidente da agência esclareceu, ainda, que “a Lusa não é a única” a virar as suas competências para os conteúdos multimédia. “É uma tendência que se verifica a nível dos media, não só das agências, mas dos próprios jornais”, referiu.

Numa era dominada pelo poder da imagem e do vídeo, José Manuel Barroso destaca a capacidade do jornalista em lidar com estas ferramentas como uma das competências primordiais. “Os jornalistas devem estar preparados para lidarem com texto e imagem e serem capazes de funcionar com essas plataformas de modo a que os conteúdos estejam disponíveis para a agência”, salientou o presidente da Lusa.

Sobre as medidas a tomar em concreto para a especialização dos jornalistas nos conteúdos multimédia, José Manuel Barroso disse que “neste momento a agência ainda está num processo delineação dos produtos e das necessidades”. Contudo, já houve, experimentalmente, “uma fase de formação, nomeadamente com a Universidade do Porto” e mais especificamente com o curso de Ciências da Comunicação.

O presidente do conselho de administração da Agência Lusa esclareceu ainda que “o objectivo passa por formar os jornalistas de todas as delegações da agência”, nacionais e internacionais.

Questionado sobre se o futuro do jornalismo passa incontornavelmente pela Internet, José Manuel Barroso foi peremptório. “É indiscutível. Os jornalistas do futuro terão de estar preparados para lidar com várias áreas e conteúdos”.