O Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) convocou uma greve geral de 5 a 10 de Maio para os trabalhadores do metro do Porto. Os estudantes vão ter menos transportes para a Queima das Fitas da cidade, que decorre de 4 e 10 de Maio.

A Transdev, empresa que faz a operação do Metro do Porto, enviou ao sindicato uma carta a informar a suspensão das negociações, que já decorrem desde Dezembro do ano passado. Ilídio Pinto, dirigente do SMAQ, explicou ao JPN as razões da convocação da greve. “Nós apenas estamos a lutar por melhores condições, um acordo de empresa e pelo regulamento de carreiras”, afirmou.

O aumento dos salários tem sido motivo de maior controvérsia, pois o sindicato afirma que não foi informado dos valores que a Transdev está agora a propor. O director-geral da Transdev, José Pires da Costa, disse ao JPN que “a proposta tem vindo a ser melhorada ao longo do tempo, tendo a empresa fixado o aumento salarial em 11,4% entre 2007 e 2008 e mais 4% em 2009, o que no total dá à volta de 16%”.

Reagindo a estas declarações, o dirigente sindical declara ao JPN que não foi isso que lhes foi dito e que estaria de acordo com os valores propostos se essa proposta lhe fosse feita. “Se a Transdev quiser resolver [o problema] o sindicato está aberto a negociações. Se eles vierem com os 11% que dizem que dão, o sindicato levanta a greve e vamos trabalhar”, esclareceu o dirigente.

A Transdev, por seu lado, garante que explicou a situação várias vezes, tendo feito até simulações com a nova grelha salarial. Por isso, Pires da Costa não entende a resposta do sindicato. “Causa-nos alguma estranheza a resposta que foi dada pelo SMAQ porque o valor que a empresa está a propor é alto. Não iríamos nunca comunicar à imprensa que estávamos a propor 11,4%, mais 4,5%, se de facto não o estivéssemos a fazer”.

Por tudo isto, a Transdev afirma que não vai retomar as negociações com este sindicato, pois acha que “é completamente despropositada a reacção do sindicato a uma proposta destas”, assegurou José Pires da Costa.

Queima das Fitas sem Metro

Devido à greve do metro marcada para a semana da Queima das Fitas no Porto, a acessibilidade dos estudantes vai estar mais condicionada.

O SMAQ diz que a Transdev pode, se quiser, ter o metro a funcionar durante a noite. Já a empresa diz que não, visto que a “acessibilidade para os locais da Queima das Fitas não é um direito protegido constitucionalmente e não é obrigatório haver transportes durante toda a noite”.

Segundo o director-geral da Transdev, “não faz sentido estar a garantir serviços mínimos para um período da noite que basicamente se destina ao acesso aos locais da Queima”. Acrescenta ainda que os serviços mínimos são feitos em condições precárias, pouco indicadas para a semana da festa dos estudantes.