Os dados provisórios apresentados pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), esta segunda-feira, apontam para que tenha havido, nos primeiros três meses de 2008, pelo menos, 17 casos de homicídio devido a violência doméstica. Este número representará um aumento, ainda inconclusivo, de casos, relativamente ao ano anterior, tendo, na totalidade de 2007, morrido pelo menos 21 mulheres, vítimas deste tipo de violência.

Maria José Magalhães, membro da direcção da UMAR, afirmou, em conferência de imprensa, que a instituição registou 17 casos de homicídio de mulheres pelos seus companheiros, maridos e/ou namorados, e 11 tentativas de homicídio.

A média de idades das vítimas de homicídio situa-se entre os 55 e os 65 anos. Outra das faixas etárias que regista um elevado número de assassinatos é a dos 20 aos 30 anos, que representa cerca de 30% dos casos, como referiu Maria José Magalhães.

“O fenómeno de violência doméstica é desvalorizado pela sociedade, existe uma incapacidade de detectar este tipo de situações atempadamente. Apelamos à sociedade em geral para a possibilidade de dar uma resposta social efectiva para este problema”, disse a responsável da UMAR.

“Umar-te assim perdidamente”

A UMAR vai realizar, de 12 a 18 de Maio, o ciclo de cinema “Umar-te assim perdidamente”, na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto (FPCEUP). O ciclo tem como objectivo, segundo a direcção da UMAR, preparar o Congresso Feminista 2008, que se vai realizar entre 26 e 27 de Junho, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

“Umar-te assim perdidamente” vai ter também um ciclo de debates, no fim do visionamento de cada filme, com a presença de algumas figuras públicas como Irene Pimentel, vencedora do Prémio Pessoa 2007, ou Alexandre Quintanilha, professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.