Depois daquele que foi, talvez, o mais difícil mês da sua campanha até agora, Barack Obama, candidato à nomeação democrata para as presidenciais de Novembro, conseguiu dar um novo fôlego à sua candidatura ao vencer, por uma larga margem, as primárias no estado da Carolina do Norte. A sua adversária, Hillary Clinton, venceu no Indiana, por uma diferença de apenas dois pontos percentuais, menos do que o esperado.

Na Carolina do Norte, Obama venceu com 56% dos votos contra 42% de Clinton, uma vantagem de 230 mil votos, apagando, de alguma forma, a derrota que sofreu na Pensilvânia, em Abril, por dez pontos percentuais. No Indiana, um estado onde Clinton esperava vir reabilitar a sua candidatura, a antiga primeira dama venceu por 51% em oposição aos 49% do senador do Illinois.

Estas duas primárias foram as duas últimas de maior importância na corrida democrata à nomeação para as eleições presidenciais de Novembro deste ano. A 20 de Maio, o Kentucky e o Oregon votam nas suas primárias, representando um total de 125 delegados à Convenção Democrata de Agosto, mas a verdadeira aposta está, neste momento, nos “super-delegados”, com assento directo na convenção por já terem ocupado cargos eleitos ou por terem sido líderes partidários.

“Este Outono, pretendemos marchar como um só Partido Democrata, unidos por uma visão comum para este país. Porque todos concordamos que este é um momento definitivo na história, um momento em que estamos a enfrentar duas guerras, uma economia em agitação, um planeta em perigo, um sonho que parece estar a escapar a muitos americanos. Não podemos dar a John McCain a oportunidade de levar a cabo o terceiro mandato de George Bush”, afirmou Obama, citado pelo jornal “Washington Post”.

Clinton, por seu lado, evidenciando os resultados menos positivos da noite, pediu aos seus apoiantes que continuem a contribuir para a sua campanha, uma vez que estará neste momento a gastar mais fundos do que aqueles que consegue recolher. “Temos uma longa estrada pela frente, mas vamos continuar a lutar nesse caminho porque a América merece”, disse Clinton, citada pelo “New York Times”.

Obama tinha vindo de um mês marcado pela controvérsia, especialmente devido às declarações do seu pastor Jeremiah Wright que chegou a afirmar que os EUA tinham criado o vírus do HIV/SIDA e amaldiçoou o país por “matar gente inocente”.

O senador do Illinois está agora a cerca de 200 delegados de conquistar a nomeação do partido e conta com um muito maior voto popular do que Clinton. Obama, segundo a contagem da Associated Press, tem 1.840 delegados, enquanto a senadora de Nova Iorque tem 1.684.