A partir de sábado, o Museu de Serralves, no Porto, mostra duas novas exposições: “Linhas, grelhas, manchas, palavras: desenhos de arte minimalista na colecção do MoMA” e “Vinil – gravações e capas de discos de artista”.

A primeira (patente até 22 de Junho) reúne desenhos da colecção particular do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). Em todos os desenhos individuais é perceptível a organização básica dos materiais visuais, característica essencial do minimalismo.

O visitante pode ver obras que recorrem a formas específicas como linhas isoladas, grelhas, monocromatismo e texto, e a procedimentos básicos como o colar, dobrar, rasgar e esborratar. Há ainda desenhos com simples linhas verticais ou diagonais que pretendem comparar a destreza da percepção humana com a certeza da tecnologia.

Na exposição estão ainda presentes desenhos de quadrados inseridos em quadrados, desenhados em papel quadriculado ou desenhos baseados numa “progressão numérica”, como é o caso do trabalho de Jorge Pinheiro, disse o director do museu, João Fernandes, na apresentação das duas mostras, esta quinta-feira.

Christian Rattemeyer, comissário da exposição, afirmou ao JPN que pretende que a mostra faça o visitante compreender que no início dos anos 60 “existia uma mudança especifica em direcção a um vocabulário mais limitado de fazer arte”. As obras minimalistas são “quase sempre monocromáticas”, exemplificou.

Nascida nos anos 60, a arte minimalista girava a volta de um reduzido vocabulário de simples formas geométricas como, quadrados, cubos, triângulos, rectângulos e ângulos rectos, que estão presentes em cada obra exposta em Serralves.

De Warhol a Rauschenberg

Já a exposição dedicada às capas dos discos de vinil (patente até 13 de Julho) permite ao visitante detectar a junção entre dois mundos, o da cultura popular e o dos artistas contemporâneos, que se cruzaram desde os anos 60 até à actualidade. O grande objectivo é “mostrar a relação dos artistas com a música”, afirmou João Fernandes.

Capas de álbuns como “Velvet Underground & Nico” (o famoso “disco da banana” da autoria de Andy Warhol), o “disco branco” dos Beatles, “Horses” de Patti Smith, a edição limitada de “Speaking in Tongues” dos Talking Heads (criada por Robert Rauschenberg e vencedora de um Grammy) são algumas das obras presentes. Para além destes exemplos mais conhecidos, há diversas capas de experiências sonoras executadas por artistas.

A exposição está dividida em várias secções (desde os movimentos avant-garde dos anos 20, como o Dadaísmo, até ao Fluxus, Nouveau Réalisme, Pop Art, Zaj e Arte Conceptual). Além das capas, o visitante vai ter a possibilidade de ouvir alguns dos discos.