O estudo “Comportamentos Sexuais e a Infecção HIV/SIDA em Portugal” do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa revelou dados alarmantes sobre o número de portugueses que utilizam preservativo.
No entanto, para o Coordenador Nacional para a Infecção VIH/Sida, Henrique Barros, da estrutura que encomendou o estudo, não há motivo para alarme. “Temos de pôr as coisas em contexto. As gerações mais novas, com menos de 30 anos, já estão muito próximas dos 100 por cento de pessoas que alguma vez usaram preservativo”, explica, em declarações ao JPN à margem da abertura da exposição “De Ricardo Jorge ao séc. XXI, 150 anos de História de Saúde Pública”.
Segundo Henrique Barros, a análise apresentada no maior estudo feito em Portugal sobre comportamentos sexuais foi “meramente descritiva”, pelo que ainda não se podem tirar conclusões. “Estes dados são uma avaliação preliminar, por isso ainda não há um relatório escrito”, esclarece.
O coordenador salienta os dados positivos do estudo e realça o facto de existir uma evolução positiva do aumento do uso do preservativo. “O movimento é favorável, mas ainda não é suficiente. O que é importante é que daqui a uma década, quando fizermos outro inquérito, as coisas estejam francamente melhores, que as gerações mais novas mantenham o mesmo tipo de comportamentos, que são melhores do que os das gerações mais velhas”, afirma.
Henrique Barros destaca ainda a importância das campanhas de sensibilização, não só no uso de preservativo, mas também na adesão a testes de HIV/Sida. “Há claramente efeito do aumento do uso do preservativo e de testes de HIV/Sida. Nota-se que, à medida que o tempo passa, que há mais pessoas a terem a percepção de que devem falar com profissionais de saúde para perceberem as atitudes que têm de tomar”, realça.