A Fundação de Serralves volta a apresentar nos dias 7 e 8 de Julho, no Porto, um festival diferente de todos os outros. Está de volta o “Serralves em Festa” e, com ele, 40 horas non-stop de 80 actividades nas áreas da música, ópera, dança, performance, teatro, novo circo, leitura, cinema, vídeo, fotografia, oficinas, visitas orientadas e várias exposições, num total de mais de 300 artistas. A maioria das actividades (programa completo em PDF) acontece no espaço da fundação, mas há também eventos programados para a Baixa do Porto.

Na música, os cabeças de cartaz são os Wire, que actuam às 00h15 do dia 8. São uma banda fundamental na história do rock britânico e vêm apresentar “Object 47″, com edição prevista para 7 de Julho.

Os congoleses Konono nº1 encerram a festa com ritmos africanos movidos a “likembe” (espécie de piano de polegar) e objectos metálicos transformados em instrumentos de percussão, ao mesmo tempo que são projectados filmes do cineasta senegalês Djibril Diop Mambéty, numa combinação idealizada pela Tate Modern de Londres.

Dança, ópera, teatro e circo

Na dança destaca-se a coreógrafa francesa Julia Cima, que apresenta em Serralves o projecto “Visitations”, uma visita à história da dança. A ópera marca também presença. “O Diário do Desaparecido” é um ciclo de canções de Leos Janácek que narra a história de amor entre um jovem camponês e uma bela cigana. Haverá ainda circo a cargo dos franceses Colectivo AOC e a Companhia Circolando.

No teatro infanto-juvenil destaca-se a peça “Noite de Reis”, baseada no texto de William Shakespeare e produzida pela Companhia Paulo Ribeiro. O teatro de rua é uma das apostas fortes do festival, que conta com a participação do projecto “Kamchàtka”, numa parceria com o FITEI. Nas ruas do Porto vão andar as “Red Ladies”, um grupo de mulheres vestidas de igual e cantando artigos da Carta Internacional dos Direitos do Homem e declamando discursos.

Apoio à criação

O presidente da Fundação de Serralves, António Gomes de Pinho, descreveu este evento como “o grande festival da contemporaneidade em Portugal”. Em conferência de imprensa esta terça-feira, enalteceu o “carácter inovador e único” deste projecto que reúne todas as artes e que “se destina a toda a família”.

A maior novidade desta quinta edição do “Serralves em Festa” é o apoio à criação artística através do concurso Novos Projectos, de onde saíram 12 vencedores que têm, agora, a oportunidade de mostrar o seu trabalho.

A edição do ano passado contou com uma participação recorde de cerca de 80 mil pessoas, mas o director do Museu de Serralves, João Fernandes, diz não haver uma “barreira de público a ultrapassar”, desejando apenas que continue a vir muita gente a este festival. Fernandes diz-se orgulhoso por ver “milhares de pessoas a dançar às 5h00 da manhã” numa instituição cultural.

O orçamento para o evento não foi revelado. Segundo Gomes Pinto, “a divulgação dos valores vai levar a uma comparação com outros festivais que não são comparáveis [ao “Serralves em Festa”]”.