Na sequência da notícia publicada esta terça-feira pelo “Primeiro de Janeiro” sobre as metas fixadas aos fiscais de trânsito, Lino Ferreira, vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, afirmou que a notícia pretendia “denegrir a câmara e os seus dirigentes”.

O texto referia que os fiscais de trânsito terão objectivos fixados de 1.100 reboques por mês, o que Lino Ferreira confirma, justificando este número com base nos valores do ano passado. O número terá sido determinado pelos avaliadores e serve para garantir que os trabalhadores cumprem as suas funções.

Em comunicado à imprensa, o vereador justifica a sua posição ao dizer que “a informação veiculada deturpa os factos e confunde a opinião pública”, quando o objectivo que se pretende atingir é regular o estacionamento caótico nalgumas zonas da cidade.

A mesma notícia mencionava uma alegada entrega de um veículo apreendido, sem custos para o seu proprietário. Em relação a isto, Lino Ferreira esclareceu aos jornalistas, no final da reunião de câmara desta terça-feira, que “não há flexibilidade de perdão de multas e reboques a ninguém”.

“É falso que o actual executivo ceda a cunhas e perdoe multas de qualquer natureza. Os responsáveis políticos são inflexíveis em relação aos poucos pedidos que actualmente ainda lhes são dirigidos”. Lino Ferreira rejeita igualmente qualquer “relação esquisita” com qualquer empresa de reboques e a câmara.

Situação dos fiscais semelhante à da ASAE, diz Rui Sá

Rui Sá, vereador da CDU, encara esta situação como sendo muito semelhante à da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) e afirma que “qualquer objectivo tem de ser quantificado, mas tem de haver o cuidado no sentido de essa quantificação não obrigar os funcionários, para cumprir metas, a andarem a atropelar determinados princípios”.

“O grande risco desta quantificação cega de objectivos mesuráveis pode traduzir-se nas pessoas começarem a adoptar procedimentos que, longe de contribuírem para a melhoria da situação de segurança e mobilidade da cidade, passem a ser objectivos apenas para a caça à multa”, referiu.