O Teatro Nacional São João (TNSJ) faz esta terça-feira 210 anos de existência. A data foi comemorada com duas visitas pelo edifício, uma de manhã e outra à tarde, onde foi dado a conhecer melhor o palco e os bastidores.

Numa altura em que comemora mais de duzentos anos de história, o TNSJ passa por uma fase de incerteza. O director do teatro, Ricardo Pais, referiu que o teatro está com um “alarmante atraso orçamental e administrativo e com sérias dúvidas quanto ao orçamento para os próximos três anos”.

Tendo começado por se chamar Real Teatro de S. João, um incêndio em 1908 obrigou a uma reconstrução do espaço. Para Ricardo Pais, director desde 1995 (com uma interrupção entre 2000 e 2002), esta “versão restaurada é um contentor fantástico para apresentações cénicas”.

Pela primeira vez, o TNSJ levará à cena simultaneamente três peças em três espaços diferentes. No Teatro Carlos Alberto sobe ao palco “A Dama do Mar” de Henrik Ibsen, enquanto o Mosteiro de São Bento da Vitória acolhe “Casa-Abrigo”, uma criação de André Braga e Cláudia Figueiredo. No TNSJ está a partir de sábado o “Fassbinder-Café” a que o encenador, Nuno M. Cardoso, chama de “um exercício”.

Ricardo Pais classifica o “Fassbinder-Café” como “o mais informal [espectáculo] na mais formal das casas, pois a tradição não tem de ser um peso morto”. Tanto os técnicos como o próprio encenador estarão na plateia à vista de todos.