A partir de Julho, as tarifas dos transportes públicos vão aumentar 6%. Segundo o presidente da Associação Nacional de Transportadores Pesados de Passageiros (ANTROP), Luís Cabaço Martins, há uma necessidade “urgente” de subir as tarifas dos transportes, “pelo simples facto dos combustíveis terem um peso muito substancial na estrutura de custos das empresas”.

Luís Martins argumenta que o gasóleo tem um impacto “muito substancial” nos custos das empresas e, desde Novembro do ano passado, quando foi definido o último aumento do tarifário, “já subiu 20%”.

A ANTROP propõe um aumento de 6%, que “está dependente do comportamento do preço dos combustíveis nas próximas semanas”. A última subida ocorreu em Janeiro e foi de 3,9%. O agravamento dos preços foi “insuficiente”, porque “deveria ter sido na ordem dos 5%”, como afirmou Luís Cabaço Martins.

O responsável pela ANTROP salienta que a medida proposta pelo Governo, que prevê a disponibilização de gasóleo mais barato às empresas de transportes de passageiros, “já não é suficiente, porque o desconto que está previsto no gasóleo profissional corresponde a oito cêntimos por litro e o gasóleo já subiu cerca de 20″.

Prejuízo de cerca de dois milhões por mês

Luís Martins revela que há prejuízo nas empresas de transportes de passageiros “por causa do aumento dos custos”, calculado “em cerca de dois milhões por mês, no conjunto dos operadores”.

O dirigente da ANTROP espera “compreensão por parte dos utentes” e afirma que, “mais uma vez, o Governo vai cumprir o acordo” que fez com a Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Pesados e Passageiros, em 2005. O documento estabeleceu que a actualização dos preços dos passes sociais e das tarifas é feita com base na inflação, custos com pessoal e preço dos combustíveis.