Fernando Pinto, presidente executivo da TAP, salientou, esta terça-feira no Porto, as dificuldades que a empresa enfrenta com a “escalada do preço do petróleo”. Com o valor atingido pelo combustível, “a vida das empresas de transporte aéreas no mundo inteiro vai ficar muito difícil”.

A principal companhia aérea portuguesa teve em 2007 lucros de 7,5%, “semelhante às melhores empresas europeias”, diz Fernando Pinto. Contudo, o engenheiro adiantou que o retorno de capitais de investimento do presente ano não será satisfatório devido ao preço do combustível.

“Se continuarmos nos valores [de combustível] que temos hoje, teremos despesas adicionais de 250 milhões de euros. Para uma empresa que tem a meta de lucrar cerca 64 milhões de euros é muito difícil”, explicou, falando numa palestra na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto no âmbito do mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial.

A par deste “factor crítico”, o responsável da TAP apontou para a crise na economia mundial como determinante para o difícil momento das transportadoras. “A economia caiu fortemente, há uma inflação e perda de actividade económica. As empresas aéreas sofrem muito com isso”.

“TAP não está livre de despedimentos”

Como consequência, revelou que “a TAP não está livre de despedimentos, não está livre de nada”. Encarando este ano como um período de “sobrevivência”, Fernando Pinto garante que “o importante é salvar a empresa”.

O presidente executivo reforçou, também, a “extrema importância” do mercado do Porto para a empresa, destacando a estratégia de investimento da TAP com a compra da Portugália e a oferta de mais serviços.

“Empregabilidade de 100%” na área

Relativamente ao mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial da FEUP, Fernando Pinto não tem dúvidas ao afirmar que esta “é uma boa área para investir”. João Falcão e Cunha, responsável pelo curso, revelou ao JPN que “para cada aluno desta área que termina o curso surgem três ou quatro propostas de trabalho em empresas”. Há uma empregabilidade de 100%”.

Falcão e Cunha destaca, também, a experiência internacional do professor convidado, que, por ser engenheiro, “compreende os problemas que os alunos poderão enfrentar no futuro”.