A juntar às 125 unidades de saúde familiar (USF) criadas com a reforma dos cuidados de saúde primários, vão entrar em funcionamento, nos próximos meses, 50 novas USF para servir perto de 80 mil utentes. No total, Portugal vai ter a funcionar mais 175 unidades de saúde familiar do que há três anos.

Na altura, meio milhão de portugueses não tinha médico de família. Com a reforma implementada, espera-se que mais 250 mil portugueses tenham passado a ter esse benefício.

“Essas 125 unidades de saúde familiar deram médico de família a mais 171 mil portugueses, isto porque cada lista de um médico de família tem habitualmente 1.500 utentes e os médicos que estão nas USF, de uma forma voluntária, alargaram as suas listas a cerca de 1.750 utentes”, explicou ao JPN Luís Pisco, coordenador da unidade de missão para a reforma dos cuidados de saúde primários.

Das 175 candidaturas a unidades de saúde familiar que foram apresentadas, 125 já foram criadas e estão a funcionar. “As outras 50 USF vão ser criadas até ao final do ano ou no primeiro trimestre de 2009 e quando todas estiverem a funcionar 250 mil pessoas terão médico de família”, esclareceu.

No entanto, “mesmo depois da criação das novas unidades de saúde familiar, 250 mil utentes vão continuar nas listas de espera”. A lista de um médico de USF poderá ter até cerca de dois mil utentes. “Os médicos poderão aumentar as suas listas dos habituais 1.500 utentes até dois mil, mas mais do que isso não será possível porque, dessa forma, não se consegue garantir a qualidade de cuidados”, frisou.