O secretário de estado das Obras Públicas, Paulo Campos, comunicou, na passada segunda-feira, ao Sindicato da Construção do Norte (SCN), o conjunto de obras que deverá avançar ainda este ano. Segundo o presidente do sindicato, Albano Silva Ribeiro, em conferência de imprensa esta quinta-feira, o Governo deverá apresentar já no fim-de-semana “a construção imediata do túnel do Marão e da auto-estrada transmontana”.

O SCN apresentou, na reunião que teve com o secretário de Estado, um total de nove propostas, que terão sido aceites. Entre as obras encontram-se as obras de requalificação de vários bairros, incluindo o do Largateiro, a construção do metro até Valbom ou a construção de barragens mini-hídricas .

Na totalidade vai ser feito um investimento de mais de três mil milhões de euros, segundo Albano Silva Ribeiro.

“O secretário de Estado, no passado dia 26, disse que apoiava a construção destas obras, pois são muito importantes para evitar o aumento do desemprego no sector da construção nacional”, afirmou Albano Silva Ribeiro.

Nove propostas apresentadas pelo Sindicato:

– Reconversão do IP3/IP4 em auto-estradas;
– Requalificação de vários bairros, esquadras e museus;
– Construção do metro até Valbom;
– Reparação e conservação de pontes;
– Modernização da linha férrea de todo o país;
– Construção em todo o país de lares de qualidade para idosos;
– Construção de itinerários secundários;
– Construção de mini-hídricas

A região Norte é a que vai ser alvo da maioria das intervenções. Albano Silva Ribeiro realçou que “as propostas apresentadas podem criar mais de dez mil postos de trabalho, faseados no tempo”. Contudo, o presidente do SCN alertou para o facto de as obras poderem vir a não ser concretizadas, devido à falta de “operários qualificados”.

“Se a mão-de-obra portuguesa que está em Espanha [cerca de 75 mil trabalhadores] não regressar, Portugal não vai ter operários para construir as estruturas que nós reivindicamos e que são necessárias para o país”, salientou.

Sindicato exige melhores salários na construção

O presidente do SCN disse, esta quinta-feira, que uma das causas para a fuga de trabalhadores da construção civil para Espanha reside nos salários praticados. O sindicato exige que o salário-base no sector passe a ser de 800 euros para chamar novamente os trabalhadores portugueses que se encontram em Espanha.