Os pescadores, armadores e Ministério da Agricultura não chegaram, esta terça-feira, a um acordo para colocar fim à paralisação do sector das pescas, que dura há cinco dias.

O ministério analisou as seis propostas apresentadas segunda-feira pelas associações de pesca e apresentou uma contraproposta na reunião desta terça-feira, que não foi divulgada publicamente.

O sector pesqueiro vai continuar parado pelo menos até às 16h desta quarta-feira, altura em que as várias associações vão analisar a contraproposta apresentada pelo ministério da Agricultura e Pescas.

O presidente do Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins, Joaquim Piló, afirmou esta terça-feira, aos jornalistas no porto de pescas da Póvoa de Varzim, que quarta-feira as associações “vão discutir uma proposta para aliviar o sector”, a isenção do pagamento da taxa social durante três meses. Para Piló, essa medida não é suficiente.

Entre as propostas apresentadas pelas associações de pesca estavam a concessão de uma linha de crédito, benefícios sociais e a reavaliação do valor das taxas de pesca.

Louçã solidário

O porto de pescas da Póvoa de Varzim cobriu-se, esta terça-feira, com faixas pretas para receber Francisco Louçã. O líder do Bloco de Esquerda (BE) dirigiu-se à Póvoa de Varzim para ouvir os principais problemas que afectam o sector das pescas português.

Francisco Louçã no porto de pescas da Póva de VarzimO dirigente do BE deixou um alerta ao Executivo para as dificuldades que o sector atravessa. “O que o Governo tem feito nos últimos anos foi desmantelar a pesca em Portugal. Por isso, é que grande parte do peixe que chega a Portugal é importado”, referiu.

Louçã mostrou a sua indignação pela demora do Governo em responder ao apelo dos pescadores. “Não percebo por que é que o Governo esperou cinco dias e ainda não respondeu ao resto do país sobre o aumento dos combustíveis”, realçou.

Muitos pescadores que se encontravam no porto de pescas da Póvoa do Varzim reivindicavam a implementação em Portugal de um sistema similar ao espanhol. “Podíamos optar por um modelo semelhante ao espanhol, que não tem peixe a leilão. A gente lá entrega o pescado directamente ao vendedor, que o vende todo. Assim, lucram as duas partes”, referiu um deles, Américo Postiga.