Está marcada para quinta-feira uma manifestação da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), em Lisboa, que vai contar com funcionários do sector público e do sector privado. A contestação centra-se no Código de Trabalho, que os sindicalistas afirmam não ter em conta os direitos e interesses dos trabalhadores portugueses.

Arménio Carlos, membro da Comissão Executiva da CGTP, explicou ao JPN os motivos da mobilização. “Essas propostas promovem um aumento do desequilíbrio da correlação de forças nos locais de trabalho, que neste momento já é favorável aos patrões e, por outro lado, também promovem uma redução dos custos de trabalho através do aumento da exploração dos trabalhadores”.

“É por isso que vamos estar na rua, mas também vamos estar contra o aumento do custo de vida, contra o aumento das desigualdades que só estão a aumentar a pobreza no nosso país e vamos também neste quadro exigir melhores salários, particularmente o aumento intercalar para os trabalhadores da administração pública e outros sectores e empresas que no último ano viram reduzido o seu poder de compra”, referiu.

O sindicalista justifica que as medidas do Governo “promovem um empobrecimento dos trabalhadores, um aumento da exploração das entidades patronais e acima de tudo um retrocesso social a todos os níveis”. A CGTP indica que “este não pode ser o caminho para Portugal”.

Segundo Arménio Carlos, a manifestação terá como novidade a junção do sector público e privado. A concentração dos trabalhadores da função pública vai ter lugar na Avenida Joaquim António de Aguiar, enquanto os do sector privado vão-se juntar na Avenida Fontes Pereira de Melo, encontrando-se todos na rotunda do Marquês de Pombal. Seguem para a Praça dos Restauradores, onde o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, vai discursar.

Esta tarde, o Governo esteve reunido com os parceiros sociais para debater este Código de Trabalho que está a ser criticado pela CGTP. Horas antes desta reunião, Arménio Carlos assegurou que a CGTP não iria “abdicar de continuar a denunciar estas políticas nem de apresentar propostas que credíveis e susceptíveis de poderem dar respostas aos anseios e necessidades dos portugueses”.