Duas a três pessoas morrem por hora com um AVC em Portugal. Os acidentes vasculares cerebrais matam por ano cerca de 24 mil portugueses, 25 mil são internados e muitos outros ficam com limitações diárias.

Um acidente vascular cerebral pode acontecer de duas maneiras: quando uma artéria cerebral entope ou rompe. Quando um vaso sanguíneo entope, faz com que o sangue não chegue ao cérebro e essa parte do cérebro acaba por morrer, está-se perante um AVC isquémico ou enfarte cerebral, vulgarmente conhecido por trombose. Quando um vaso sanguíneo rompe faz com que o sangue se espalhe pelo cérebro e provoque uma hemorragia cerebral, trata-se de um AVC hemorrágico ou hemorragia cerebral, vulgarmente conhecidos como derrames.

“De ambas as situações resulta uma zona cerebral que deixa de funcionar, gerando as deficiências correspondentes a essa área”, explica Elsa Azevedo, neurologista e docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Os sinais de um AVC, muitas vezes alertado por terceiros, são a boca ligeiramente ao lado, dificuldade em articular as palavras e falta de força num braço ou numa perna.

Factores de risco

A incidência de um AVC aumenta com a idade, mas também acontece em jovens adultos. No entanto, estão em maior risco de ter um AVC as pessoas hipertensas, diabéticas, com o colesterol alto, fumadoras, obesas ou com algumas doenças do coração, como arritmias, ou doenças das válvulas cardíacas.

Os AVC mais frequentes são as tromboses, para as quais há um tratamento específico designado de trombólice, se o doente chegar ao hospital nas primeiras três horas depois de sentir os sintomas.

Hipertensão é o principal factor de risco

Segundo um estudo apresentado no 57º Congresso de Cardiologia em Chicago este ano, já é possível reduzir em 21% a taxa de mortalidade total e em 39% a taxa de mortalidade por AVC, através da prevenção da tensão arterial alta.

A hipertensão não dá sinais, por isso, é que pode provocar enfartes e derrames, sendo o principal factor de risco a combater.

A neurologista Elsa Azevedo disse ao JPN que é preciso combater a hipertensão prevenindo-a, através “da menor ingestão de sal” e do controlo do “índice e massa corporal”, detectando-a com a medição da “tensão arterial” e verificando se “o tratamento está a ser eficaz”. Caso contrário, deve-se mudar o “esquema terapêutico” e vigiar os “órgãos que podem ser atingidos pela hipertensão” como as artérias, coração e rins.