Com o objectivo de contribuir para a revitalização da Ribeira do Porto e divulgar a criação artística vai decorrer, no próximo fim-de-semana, o festival Trásfusão, um evento de artes, cultura tradicional e multimédia. O cartaz conta com uma série de espectáculos, workshops e outras actividades que vão ter lugar, principalmente, na zona ribeirinha da cidade.

“É importante criar actividades sobretudo direccionadas para os jovens, para que a imagem de violência da Ribeira deixe de existir”

“O Trásfusão é uma proposta multidisciplinar que engloba várias actividades de sensibilização a causas sociais, educação ambiental, criação artística e musical, artesanato e multimédia. Pretendemos potenciar e valorizar esta zona da cidade, criando uma interacção entre a comunidade artística e a comunidade local e capacitando este espaço para o acolhimento de eventos de cariz cultural”, refere a organização, em comunicado.

Actividades completamente gratuitas

A partir das 10h30 de sexta-feira, dia 27 de Junho, até à noite de sábado, são múltiplas as iniciativas que vão decorrer na Ribeira do Porto, desde um mercado livre a um workshop sobre fogões de baixo consumo, passando por formações sobre como fazer sabão ou lixívia natural e, até, como separar hidrogénio da água. Também uma “bicicletada” está incluída num programa que abrange animação circense e contadores de histórias. Tudo de forma gratuita.

Sair da rotina

Desde 2005 que a Associação AGIL (Associação Geradora de Indivíduos em Liberdade) promove este evento, tendo as edições anteriores realizado-se em Vila Real e Sabrosa. “A AGIL acredita que uma articulação fluída entre o trabalho dos artistas e a comunidade local é possível”, explicou ao JPN Isabel Mota da organização, por e-mail. “A recepção [das edições anteriores] tem sido muito boa, pois leva o público a sair da sua rotina e descobrir novos estímulos. Sobretudo por ser um evento totalmente gratuito”, salienta.

O Trásfusão conta com uma forte temática ambiental, através de um conjunto de iniciativas com o título “Ecologia na cidade” dinamizadas por organizações ligadas ao festival como o GAIA, a Quercus, Horta da Formiga, entre outras.

“Para a revitalização de espaços como a Ribeira, pensamos que é importante criar actividades sobretudo direccionadas para os jovens, para que a imagem de violência da Ribeira deixe de existir. É necessário reinventar espaços e despertar as consciências dos habitantes locais”, afirma Isabel Mota.