Programação do “Curtas” 2008

Programação completa do festival (em PDF)

De 7 a 15 de Julho, Vila do Conde vai receber a 16ª edição do seu Festival Internacional de Curtas-metragens. Este ano, a organização decidiu apostar no cinema asiático, trazendo ao festival o chinês Yu Lik-Wai, “um dos mais importantes realizadores do novo cinema de Taiwan”. Miguel Dias, membro da organização, considera que “é da Ásia que têm vindo muitas das revelações do novo cinema”.

Em 2008, o conjunto de 52 filmes, apesar de reflectir a crise mundial, reflecte o regresso “às leituras mais narrativas do cinema, ou seja, à ficção”. No entanto,esta é uma ficção “muito próxima do documentário”, disse Miguel Dias.

O porta-voz da organização acredita no sucesso do evento, que tem como objectivo proporcionar “uma vida mais prolongada e saudável aos filmes que passam no festival”. “Nós queremos que os filmes sejam vistos noutros festivais. O prémio em Vila do Conde é importante para a carreira dos cineastas e para a longevidade dos seus filmes”, afirmou.

12 novos filmes portugueses

As competições são o ponto alto do festival, pois permitem “descobrir novos autores”, disse o responsável. A competição nacional continua a ser um dos pontos de atracção. Este ano estão em competição 14 filmes nacionais, “o que sublinha a importância que o ‘Curtas’ tem enquanto plataforma de lançamento”, disse Miguel Dias. 12 dos filmes portugueses são estreias.

Dentro da secção nacional, a organização anunciou uma nova secção, “Panorama Nacional”, que visa acompanhar os trabalhos de autores que ficaram foram da competição porque já perderam o efeito novidade.

38 filmes estrangeiros

No campo Internacional, vão estar em competição 38 filmes de géneros tão diferentes como “a ficção ou o documentário, a animação ou o cinema experimental e até mesmo o vídeo musical”.

A secção Take One, inaugurada em 2004, em que os estudantes podem apresentar as curtas-metragens de maior relevo produzidas nas escolas de cinema do país, vai realizar iniciativas como masterclasses e conferências com a finalidade de proporcionar aos jovens um contacto “com o meio audiovisual e cinematográfico”.

Ao programa do festival acrescenta-se ainda o Espaço Solar, onde estará patente uma exposição de uma “figura determinante no cinema austríaco”, Martin Arnold, e uma instalação, “Erotic Space”, do cineasta Tsai Ming-liang.

Sendo um dos objectivos do festival acompanhar o trabalho que os autores fazem depois da presença em Vila do Conde, a secção In Progress acolhe os trabalhos do português Miguel Gomes (com o filme “Aquele querido mês de Agosto”), do vencedor do “Curtas” em 2004, Jens Lonsson (“The King Of Ping Pong”), entre outros.

Interacção entre visual, audiovisual e musical

A secção Remixed, que promove interacções entre a criação visual, audiovisual e musical, congrega 13 filmes. Para além das “curtas”, a secção inclui um conjunto de filmes-concerto onde se destacam os Mão Morta, Legendary Tiger Man e os Loosers.

Segundo José Nunes Rodrigues, da organização, nas salas Remixed o público vai “assistir aos artistas a projectar sobre uma tela e a manipularem, desenharam e riscarem a própria matéria do cinema, acompanhada pela música.

O júri é composto pelo fotógrafo português Eduardo Serra, pelo cineasta argentino Lisandro Alonso e pelos realizadores franceses Ariane Michel e Matthieu Orléan.