Torres com cerca de 400 metros de altura, 80 andares, pisos em constante movimento, edifício totalmente auto-suficientes e amigos do ambiente. Esta descrição poderia ser tirada de um filme ou livro de ficção científica, mas em 2010, no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, será uma realidade.

O arquitecto responsável pelo projecto, o italiano David Fisher, que dedicou os últimos 30 anos a criar casas introduzidas na natureza e à redefinir os extremos técnicos e tecnológicos dos edifícios, fala numa “nova era da arquitectura”.

Depois do Dubai, será Moscovo, em 2011, que receberá uma das “Torres Dinâmicas”, apresentadas esta semana em Nova Iorque. Uma terceira torre pode vir a nascer na Big Apple ou noutra cidade americana. Alemanha, Suíça, Itália e Canadá também são candidatos a possuir uma torre giratória, visto que já há investidores interessados.

O projecto do Dubai

“Buildings in Motion” (edifícios em movimento) representam um desafio à arquitectura tradicional. Segundo o comunicado de imprensa da empresa [PDF], “os edifícios seguirão o ritmo da natureza. Mudarão de direcção e forma da Primavera ao Verão, do nascer do sol ao pôr do sol, adaptar-se-ão ao tempo. Os edifícios serão vivos. A partir de agora os edifícios terão quatro dimensões. A quarta dimensão é o ‘Tempo’, que se torna parte da arquitectura.”

A “Torre Dinâmica” do Dubai terá uma área total de construção de 146 mil metros quadrados, distribuída por 80 andares e 400 metros de altura. Vai acolher escritórios, um hotel de seis estrelas, apartamentos de luxo e villas nos últimos 10 andares (os únicos que podem girar os seus andares sempre que quiserem; os restantes 70 ficam a cargo de David Fisher). O apartamento mais pequeno da torre custará 2,4 milhões de euros, enquanto as villas serão vendidas por quase 15 milhões.

A construção tem arranque agendado para o final deste ano e o seu término está previsto para Dezembro de 2010. Estima-se que a obra custará cerca de 450 milhões de euros.

Edifícios verdes

Estes serão os primeiros edifícios auto-suficientes alguma vez construídos. Poderão gerar electricidade graças às turbinas éolicas entre os andares. Devido ao material com que são feitas, fibra de carbono, serão totalmente silenciosas.

No tecto de cada andar giratório serão instaladas células fotoeléctricas que, graças ao sistema de rotação, podem alcançar a exposição máxima à luz solar. Serão também usados vidros e painéis solares e convectores para fornecer o ar condicionado. Os acabamentos exteriores serão feitos de materiais naturais como cerâmica, vidro, madeira ou mármore.

Pela primeira vez também, a produção será feita em fábricas, o que vai permitir poupar energia, reduzir o tempo e os custos de construção e ainda diminuir riscos no local de construção.