Nem o ataque que vitimou o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raul Reyes, nem o anúncio da morte do fundador e comandante da guerrilha, Manuel “Tirofijo” Marulanda, tinham sido motivo para tanta animação. Desde Bogotá até Paris, foram muitos os festejos em torno do resgate bem sucedido de Ingrid Betancourt, a franco-colombiana, antiga candidata presidencial que se encontrava detida pelas FARC há seis anos.
A operação foi levada a cabo pelo exército colombiano e já vinha a ser desenvolvida desde o ano passado, segundo o jornal “El Tiempo”, fruto de uma infiltração dos serviços secretos junto do grupo militante. Os militares conseguiram que um elemento das FARC indicasse a “César”, o carcereiro da milícia marxista, que tinha de mudar o local onde se encontrava um grupo de 15 reféns, entre os quais estava Betancourt. Para esse meio, iria ser usado o helicóptero de uma organização não-governamental estrangeira.
Assim que entraram no helicóptero (que era na realidade posse do exército), os infiltrados “neutralizaram” “César” e outro membro das FARC, segundo palavras do ministro da Defesa Juan Manuel Santos, e foram entregues às autoridades para serem levados perante um tribunal em breve.
Segundo o relato (em vídeo) de Betancourt, feito na presença do presidente Álvaro Uribe, quando entraram no helicóptero não era claro o que se estava a passar. Houve um abanão no veículo e depois foram ditas as palavras-chave: “Somos o exército nacional. Estão em liberdade”.
Junto com Ingrid Betancourt encontravam-se três cidadãos norte-americanos e 11 membros das forças de segurança colombianas. As FARC continuam a ter na sua posse 700 prisioneiros.