Programa do Mugatxoan em Serralves

Oficinas
1 a 4 de Julho: Juan Domínguez (Madrid -Berlim)
7 a 11 de Julho: Massimo Furlan e Claire de Ribaupierre
Apresentações (no Auditório de Serralves)
4 de Julho, 22h: Shichimi Togarashi, Juan Domínguez e Amália Fernández
10 de Julho, 22h: O decisivo na política…, Jorge Andrade
13 de Julho, 22h: Sono qui per l’amore, Massimo Furlan
Conferências (na Biblioteca de Serralves)
5 de Julho, 17h: De la.. A la…., de Juan Domínguez e Clara Amorim
Residências e produções
Até 20 de Julho: Marta Bernardes, Amaya González-Reyes e Filipa Guimarães

O nome é difícil de pronunciar para um português, mas Mugatxoan é cada vez mais um espaço de encontro entre Portugal e o País Basco. A palavra basca refere-se a “um espaço difícil de definir, mas que funciona entre a ideia [artística] e a sua apresentação”, define Cristina Grande, coordenadora do Serviço de Artes Performativas da Fundação de Serralves. Daí que boa parte da residência artística Mugatxoan, cuja segunda fase arrancou terça-feira no Porto, seja preenchida por oficinas em que participam apenas os 10 artistas seleccionados através de uma convocatória internacional.

O Mugatxoan, organizado pela associação cultural basca Entrecuerpos, começou a 9 de Junho no Arteleku, em San Sebastian, onde ficou até 28 de Junho. Depois do Porto, onde fica até 20 de Julho, segue para Gijón, Espanha, em Setembro. A comemorar este ano o décimo aniversário (seis dos quais com Serralves), o projecto divide-se entre oficinas, apresentações artísticas e conferências.

Mais do que apresentar espectáculos de artes visuais, performance e dança, o Mugatxoan estimula uma “reflexão sobre o processo de construção”, explicou Cristina Grande, esta quinta-feira, na apresentação da residência artística. Há espaço para apresentações (a primeira, dos madrilenos Juan Domínguez e Amália Fernández, Shichimi Togarashi, acontece esta sexta, no auditório de Serralves), mas o fundamental é abrir um “espaço de encontro, de partilha e de confronto” entre artistas.

Um “lugar para errar”

Marta Bernardes volta ao Mugatxoan, depois de ter sido seleccionada para a edição de 2006 enquanto jovem artista. Este ano, vai desenvolver até 20 de Julho Escala!, um projecto de um filme a partir de uma apresentação performativa.

Para a criadora do Porto, o Mugatxoan representa “poder estar a experimentar, ter um lugar para errar e errar com felicidade”. Durante o período do projecto, os participantes vão desenvolvendo projectos artísticos, longe dos olhares do público.

“Tenho muita pena que os museus deixem tão pouco espaço para este tipo de projectos”, referiu o director do Museu de Serralves, João Fernandes. “Os museus e os centros de arte deveriam ser também espaços de laboratório”, acrescenta. Marta Bernardes concorda: “As palavras pesquisa e investigação têm que ser tão valorizadas em arte como na ciência”.