Spread The Sign” é o nome do primeiro dicionário online multilingue para surdos. O projecto pioneiro, financiado pelo Fundo Social Europeu, contou com a participação de seis equipas de países europeus, incluindo Portugal.

A organização a nível nacional coube à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, que reuniu, esta quinta-feira, os autores do projecto numa conferência.

Numa altura em que o ensino ganha uma maior mobilidade, esta ferramenta é uma mais valia para surdos que desejem estudar noutros países. “Este é um dicionário pedagógico para que os estudantes que vão estagiar para outras partes do mundo possam recorrer a ele sempre que necessitem”, explica Orquídea Coelho, coordenadora do projecto em Portugal.

Suécia, Espanha, Lituânia, República Checa, Reino Unido são os restantes países que participaram na elaboração do dicionário que pretende também facilitar o acesso dos surdos ao mercado de trabalho europeu. “Como é um dicionário que promove a formação esperamos também que abra as portas para o mercado de trabalho”, diz a responsável portuguesa.

São mais de duas mil palavras e um vídeo com a tradução em língua gestual de seis países à escolha, disponíveis livremente. “Temos um dicionário que reúne vocabulários ligados a áreas comuns, mas também específicas, como a restauração e madeiras”, refere Orquídea Coelho.

A coordenadora do projecto salienta que Portugal lidera o número de visitas no site, com cerca de 45% do total. Para Orquídea Coelho são poucos os apoios dados às pessoas que sofrem de surdez em Portugal. “Não há ofertas e exemplo disso é que existe apenas uma escola vocacional em Lisboa”, diz.

“Deveria haver uma perspectiva de educação bilingue que começasse o mais cedo possível bem como um trabalho continuado com crianças surdas para que quando chegassem às universidades tivessem mais comunicação, como acontece na Lituânia e na República Checa”, aponta.