O realizador Pedro Costa foi o vencedor do Prémio Gulbenkian Arte deste ano, no valor de 50 mil euros, anunciou esta sexta-feira a Fundação Calouste Gulbenkian.

“Uma estética purista e austera, com uma forte presença das comunidades urbanas marginalizadas e a integração de actores com pouca ou nenhuma experiência nos elencos são alguns dos traços fortes do seu cinema”, referia o texto da fundação sobre o cineasta português, que tem vindo a receber crescente atenção no estrangeiro.

Em Dezembro de 2007, o “The New York Times” apontava “Juventude em Marcha” como um dos melhores filmes do ano. A crítica de cinema Manohla Dargis escrevia, em Agosto do ano passado, que o filme é “uma obra de arte cinematográfica que resiste ao consumo fácil, em vez de ser um trabalho de arte industrial ou comercial”.

“Com uma fotografia lindíssima, esta mistura de ficção e não-ficção elíptica, por vezes confusa, ocasionalmente misteriosa e enganadora, parece e soa a como se tivesse sido feita noutro planeta. E, nalguns aspectos, foi”, dizia Dargis.

Em declarações ao JPN, o director da Cinemateca Portuguesa, João Bénard da Costa, que fez parte do júri do prémio, afirmou que o realizador “é um dos que têm caminhos mais fecundos abertos” dentro dos jovens artistas portugueses.

Bénard da Costa, que refere que a posição do júri foi consensual na avaliação do trabalho do cineasta, classifica a obra de Pedro Costa como “extremamente inovadora”, sendo, “como noutros casos”, mais conhecido “lá fora” do que em Portugal.